Cotidiano

Governo tira verba de outras obras para pôr na BR-163

Foram cortados um viaduto no Trevo Cataratas, o contorno norte em Pato Branco e projetos na BR-369 em Campo Mourão

Toledo – Duas semanas após o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, afirmar em Cascavel o aporte de R$ 49,5 milhões para dar sequência às obras de duplicação dos 38,9 quilômetros da BR-163 entre Toledo e Marechal Cândido Rondon e depois da pressão de líderes que acreditavam que o recuso nem seria mais liberado neste ano, foi aprovado na noite de quarta-feira, em votação única pela Câmara dos Deputados, a destinação orçamentária de autoria da Presidência da República.

No documento está prevista a abertura orçamentária Fiscal da União em favor do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil de crédito suplementar para reforço das dotações da Lei Orçamentária Vigente.

A promessa do Ministério dos Transportes é que o montante seja disponibilizado ainda neste ano, mas, para chegar à região, outras obras de infraestrutura no Estado, inclusive no próprio oeste, foram sacrificadas.

Segundo o Projeto de Lei do Congresso Nacional 03/2017, trata-se de uma “suplementação de R$ 49,5 milhões para adequação de trecho rodoviário na BR-163 no estado do Paraná, cuja programação passa a integrar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Os recursos destinados à presente suplementação são provenientes dos seguintes cancelamentos: a) de R$ 3,5 milhões referentes à construção de viaduto rodoviário em Cascavel, no Trevo Cataratas, na BR-277; b) de R$ 36 milhões destinados à construção do contorno rodoviário norte em Pato Branco na BR-158; c) de R$ 10 milhões referentes aos estudos de viabilidade técnica e projeto para construção de contorno rodoviário de Campo Mourão (BRs-158/272/369) [no entroncamento da duplicação da BR-369 naquele trecho]”. Todas obras que já haviam sido anunciadas e que são esperadas pela comunidade.

Construtora

Na Construtora Castilho, responsável pelos trabalhos naquele trecho, ninguém foi encontrado para tratar do assunto, mas o apurado pela reportagem nesta semana é que haveria dificuldade em se remontar a frente de trabalho já nas próximas semanas. Isso porque todos os trabalhadores que estavam naquele trecho foram dispensados ou remanejados ainda em agosto, quando a duplicação parou por falta de dinheiro.

Mesmo que haja a liberação dos R$ 49,5 milhões, outra preocupação iminente recai sobre a continuidade dos trabalhos depois que esse montante se esgotar. Isso porque a obra hoje tem apenas 13% de sua extensão concluída, ou seja, algo em torno de seis quilômetros, ainda inacabados. Para concluir os trabalhos são necessários outros R$ 200 milhões. O trecho deveria ter sido concluído mês passado, mas contou com aditivo de prazo e a nova data para a entrega prevista agora é o fim de 2018.

Para liberação do crédito suplementar em questão ainda é esperada a sanção do presidente Michel Temer.