HANGZHOU – O governo deve lançar uma grande campanha de conscientização sobre a necessidade da reforma da Previdência, considerada prioritária para o ajuste fiscal de longo prazo. A ideia é explicar ao cidadão comum a importância das medidas que estão por vir de modo a criar as bases para a aprovação no Congresso. Na China, onde participa da reunião de cúpula do G-20, o presidente Michel Temer afirmou que isso deverá ser feito enquanto o governo conclui os estudos relativos à reforma e admitiu que o tema deve ser tratado com cautela para que seja compreendido pelo público.
? Todos têm ciência e consciência de que se você não tiver reforma da Previdência neste momento, daqui a 15 ou 20 anos, aqueles que vierem a aposentar-se vão bater nas portas do poder público e não vão encontrar pagamento. Isso também será acompanhado pelo governo de uma divulgação da necessidade da reforma da Previdência. Não queremos algo que venha de cima para baixo, mas que venha por força do convencimento do povo brasileiro. Acho que nós vamos conseguir isso ? destacou o presidente.
Em outra frente, Temer espera que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que estabelece o teto constitucional para os gastos públicos seja aprovada ainda este ano. Esta é uma prioridade do governo, segundo ele, e é uma das principais medidas que a comitiva brasileira tem apresentado a investidores e representantes de outros países à margem da reunião de cúpula do G-20 na China. Nos últimos dias, ele e a sua comitiva tentam convencer empresários e representantes de outros países que o governo está comprometido com o ajuste fiscal como nenhum outro esteve.
? Como diz o ministro (da Fazenda Henrique) Meirelles, desde a a Constituição de 1988, é a primeira vez que se tem a ousadia, no sentido positivo, para consertar, equilibrar as finanças brasileiras ? afirmou o presidente, destacando que o governo conta o apoio do Congresso para isso.
Ele também voltou a falar da da reforma trabalhista, que chama de readequação da relação empregado ? empregador. Segundo ele, a intenção é criar as condições para que se mantenha o emprego de um lado e a arrecadação de outro.
O presidente afirmou que conta com o apoio do Congresso para a aprovação das reformas. E lembra que a mudança da meta de déficit primário para as contas públicas para R$ 170,5 bilhões em 2017, foi aprovada às 4h30 da manhã, porque, mesmo neste horário, havia quórum no congresso, o que comprovaria o apoio dos parlamentares às medidas do Executivo.
Perguntado se isso não seria o fim de uma lua de mel com o Legislativo, Temer afirmou que não.
? Você sabe que está ela está mais adocicada até.
