Cotidiano

Governo Temer quer cortar programas sociais 'ao máximo', diz Dilma

BRASÍLIA – A presidente afastada Dilma Rousseff afirmou em entrevista ao canal em espanhol do Russia Today que o governo interino de Michel Temer quer reduzir “ao máximo” programas sociais, e também acusou Temer de fazer uma política “antinacional”. Em entrevista nesta quinta-feira, a petista declarou que a nova gestão “só fala de absurdos”, e criticou-a por não tomar posições firmes.

? Este programa pretende reduzir ao máximo, ao máximo, nossos programas sociais, dentro de uma visão de reduzir ao mínimo o Estado, por exemplo, que não comporta todos os dispositivos que existem na Lei brasileira – atacou Dilma, citando a Constituição – algo que Temer, constitucionalista, fez questão de abordar por onze vezes em seu discurso de posse e até no novo site do Planalto.

? Atendimento à saúde, condições para as pessoas terem sua casa própria, acesso à educação de qualidade, à renda mínima que hoje é garantida no Brasil à população mais pobre. Enfim, querem acabar com esses direitos. Ao mesmo tempo, têm uma política antinacional, quando se trata, por exemplo, dos recursos do petróleo – acusa a presidente afastada, que nega estar “exilada” no Palácio do Alvorada, como sugeriu o entrevistador.

De acordo com a petista, o governo “usurpador” cometeu uma “violação nacional” em fechar o Ministério da Cultura e quer aplicar o programa “mais neoliberal possível” no Brasil. Dilma também disse que o governo interino só fala em “absurdos”, e também acusou a imprensa brasileira de estar alinhada ao que chamou de “golpe de Estado”.

? O governo só fala de absurdos – disse, e completou: – Por exemplo, “temos que acabar com o SUS” ? acusou.

Dilma criticou a nova política externa do Brasil, especialmente a possibilidade de fechar embaixadas na África. Nesta quarta-feira, José Serra (PSDB-SP) tomou posse como ministro das Relações Exteriores e já deixou claro que a condução do Itamaraty se diferenciará da que foi feita até agora, por Dilma e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A petista ressaltou que viajará o país denunciando o “golpe” que sofreu, e que é a “prova viva da injustiça”.