Política

Governo reduz salário mínimo para 2018

Brasília – O que já era pouco será menor ainda. O governo baixou em R$ 10 – de R$ 979 para R$ 969 – a previsão para o salário mínimo em 2018. A redução, se confirmada, deve gerar uma “economia” de R$ 3 bilhões ao governo no ano que vem.

A mudança foi divulgada pelo Ministério do Planejamento. Atualmente, o salário mínimo está em R$ 937.

Na terça, o governo propôs elevar o teto para o rombo das contas públicas em 2017 e 2018 para até R$ 159 bilhões e anunciou uma série de medidas para aumentar a arrecadação e reduzir custos, entre elas o adiamento de reajustes a servidores e a criação de um teto salarial para o serviço público.

De acordo com o governo, as medidas são necessárias porque a arrecadação com impostos e tributos está mais baixa que a prevista, reflexo da recuperação da economia que é mais lenta que a esperada.

Atualmente, cerca de 45 milhões de pessoas no Brasil recebem salário mínimo, entre elas aposentados e pensionistas, cujos benefícios são, ao menos em parte, pagos pelo governo federal, já que a Previdência é deficitária (arrecada menos do que gasta).

Brasília – Em palestra a investidores, o presidente Michel Temer justificou ontem a alteração da meta fiscal do governo, anunciada um dia antes, ressaltando que a baixa da inflação causou queda na arrecadação. Disse ainda que a negociação do novo projeto do Refis, o refinanciamento de dívidas de empresas com a Receita Federal, fez com que empresários adiassem o pagamento de impostos.

“Como o Congresso alterou radicalmente [o projeto do governo sobre o Refis], aqueles que iriam aderir, ficam esperando. E ao ficarem esperando, também não pagam tributo. Isso aconteceu nesses últimos três ou quatro meses, que fez também cair a arrecadação. Isso criou um grande problema para o nosso déficit”, disse Temer em evento organizado pelo Banco Santander.

O presidente disse que, além de alterar a meta fiscal, o governo se preocupou em cortar gastos, como o adiamento do reajuste de servidores públicos e o corte de 60 mil cargos do serviço público federal. Segundo Temer, mesmo com a necessidade da alteração da meta fiscal, o País está indo no caminho certo, e deverá fechar o ano com inflação e juros baixos.

No discurso de cerca de 35 minutos, o presidente Temer disse, por diversas vezes, que sua gestão não tomaria medidas populistas, mas populares. E ressaltou que hoje seu governo é reconhecido por decisões anteriormente criticadas, como o limite dos gastos públicos.