Política

Governo impede ampliação de voos na região oeste

Toledo – O governador Beto Richa era esperado em Toledo hoje (18), mas a agenda foi cancelada ontem. O ápice da visita era anunciar a redução do ICMS sobre o combustível aéreo em dois pontos percentuais para que a empresa Azul iniciasse seu atendimento no aeroporto local. O início dos voos ocorreria em março. Ocorreria…

O incentivo fiscal foi celebrado ainda no ano passado e já foi honrado em outra ocasião. A primeira cidade beneficiada por essa lei foi Ponta Grossa, que passou a contar com uma linha comercial regular com dois voos diários para Campinas. Toledo não teve a mesma sorte.

Se fosse executado o acordo, a alíquota cobrada da empresa Azul no Estado passaria para 16%. A redução é progressiva na medida em que haja expansão para outras cidades, até o limite de 8%.

Injustificado

O impasse todo teria sido gerado por uma dificuldade de entendimento por parte da Secretaria de Fazenda do Estado de que a operação da Azul na cidade de Toledo não significa ampliação de atendimento, apenas transferência de serviços prestados em Cascavel. A ampliação de atendimento é regra para acessar o beneficio.

A Secretaria de Fazenda do Estado foi procurada, mas até o fechamento desta edição não respondeu aos questionamentos.

Extraoficialmente, o que a reportagem apurou é que um dos argumentos usados é justamente o excesso de cancelamentos de voos no Aeroporto Municipal de Cascavel. No inverno, por exemplo, há um declive intenso. Toledo teria sido visto como concorrente e não como uma alternativa para a saga dos passageiros que não raras vezes precisam pousar ou embarcar em Foz do Iguaçu.

O presidente da Cettrans (Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito), Alsir Pelissaro, afirma que Cascavel não foi notificada pela Azul nem pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) sobre transferências de voos. “É fato que a empresa aumenta e diminui as ofertas de voos em Cascavel em algumas temporadas, mas os motivos são temporadas de verão, inverno”, explica.

Contudo, Pelissaro assegura que de maneira alguma a reativação do aeroporto de Toledo é vista como concorrência, mas sim como alternativa para Cascavel.

A Azul foi procurada e não se pronunciou sobre a situação.

Força-tarefa

Assim que o recuo do governo foi confirmado, uma verdadeira força-tarefa foi montada em Toledo para tentar reverter a situação. Empresários e líderes regionais se mobilizaram. Além dos estudos técnicos, a pressão política deve ser o cabo de guerra da disputa. Pedir apoio para Cascavel e outras cidades da região não está fora das estratégias.

Sem desculpas

Para o representante da empresa Phenix Airport Management, que assessora Toledo na ampliação do transporte aéreo, comandante Hammer Schimidt, não há dúvidas quanto às condições técnicas para a operação na estrutura. “O aeródromo de Toledo foi e está sendo preparado para acolher malha aérea própria e, eventualmente, voos que possam alternar em Toledo, de qualquer aeroporto da região e vice-versa. Logo, Toledo e Cascavel se completam como um sistema que atende o transporte aéreo de forma plena”, argumenta.