Curitiba – Em queda de braço com o governo do Estado, a APP-Sindicato traz à tona dados sobre os gastos com servidores comissionados. Segundo a entidade que representa os professores da rede estadual, o Governo Beto Richa gastou R$ 172 milhões apenas em 2016 com os salários de servidores comissionados.
Os números integram uma tabela de gastos que está sendo usada pelo sindicato para negociar o pagamento da reposição da inflação. Segundo a categoria, há espaço para reduzir outras despesas e pagar o reajuste ao funcionalismo público. O Governo Beto Richa cortou a reposição da inflação até 2019 para cumprir o teto de gastos aprovado na Assembleia Legislativa.
Enquanto o governo alega não ter fôlego no limite prudencial, o Tribunal de Contas vem repetindo ano a ano que há excesso de comissionados, principalmente em algumas áreas do governo, em que há visível desproporção entre os concursados e as indicações políticas que, segundo a Constituição, deveriam ser exceção.
Nas contas do governo de 2015, disponíveis no site do TCE, há três instituições em que 100% do pessoal era de comissionados: a Casa Militar, a CGE e a Agepar. Outras áreas tinham proporções altíssimas, como a Secretaria de Desenvolvimento Social, tocada por Fernanda Richa, com 194 comissionados para 262 estatutários.
No discurso, o governo afirma que em 2013 reduziu quase mil cargos comissionados. Na prática, foram pouco mais de 600, já que boa parte dos postos cortados estava vazia.
