Agronegócio

Governo garante mais rigor na fiscalização

O governo federal vai passar a centralizar a fiscalização de frigoríficos. Esta foi afirmação feita na semana em que ocorreu a deflagração de mais uma fase da Operação Carne Fraca, denominada pela Polícia Federal como Trapaça e que teve como alvo a BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, nas unidades de Goiás, Paraná e Santa Catarina.

Em 2017, a Operação Carne Fraca revelou esquemas de corrupção envolvendo empresas e superintendências estaduais da Agricultura.

Nesta semana o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, assinou regulamento que redistribui o comando das operações nos estados para dez unidades do Sipoa (Sistema de Inspeção de Produtos de Origem Animal). Ontem ele oficializou as normas desse novo desenho.

A mudança começou a ser gestada no ano passado, após a primeira fase da Carne Fraca, que detectou esquemas de corrupção entre frigoríficos e as superintendências estaduais, grande parte delas de indicação política. Para reduzir a influência desses superintendentes, a decisão sobre fiscalizações passará a ter mais influência federal.

Essa decisão foi detalhada em balanço que o ministro divulgou sobre as medidas para melhorar a produção dos frigoríficos e a fiscalização após a operação.

Na noite de terça-feira (6), técnicos passavam um pente-fino nos dados, pois Maggi quer ter certeza que sua equipe apertou os controles.

A intenção é traçar uma linha divisória entre a inspeção sanitária antes e depois da Carne Fraca. Após o escândalo do ano passado, disse o ministro, os frigoríficos envolvidos ficaram sob estrita vigilância. “Subimos muito a régua. Com isso, a ocorrência de salmonelas nocivas em carnes de aves exportadas devem ser apenas ‘episódios'”, explicou Maggi.