Cotidiano

Governo fecha diálogo e educadores cogitam greve

Foz do Iguaçu – Grande parte dos cerca de 1 milhão de alunos já está preparada para o início do ano letivo na rede estadual de ensino dia 19 de fevereiro, mas uma dificuldade de diálogo com o governador Beto Richa coloca em xeque o calendário programado pela Secretaria Estadual de Educação. A APP-Sindicato convocou assembleia geral para este sábado (27). Na pauta, greve.

O presidente estadual da APP, Hermes Leão, destaca que a pauta é ampla e que a categoria pode decidir cruzar os braços e travar mais um confronto direto com o governo do Estado. “Não estamos vislumbrando nenhuma preocupação por parte do governador Beto Richa [quanto à greve]. Temos direitos violados, situações de perseguição, descaso e perseguições”, argumenta.

“O cenário nacional também motiva o descontentamento dos educadores. A proposta de Reforma da Previdência, por exemplo, causa grande revolta nos trabalhadores e a greve às vezes é a única ferramenta de luta que podemos usar”, justifica Hermes.

O congelamento dos salários, proposto e executado pelo atual governo, incomoda a categoria. Hermes diz que há dois anos os professores e os funcionários da educação esperam na Justiça que a ilegalidade do veto ao reajuste seja vencida. “Essa é uma clara demonstração do descaso no tratamento da educação. Temos clareza que a nossa luta não será fácil, mas que tem o objetivo de fortalecer e defender as boas políticas educacionais”.

As punições por licenças legais e atestados médicos só engrossam a lista de reclamações. O governador, segunda a APP, tem se ausentado das reuniões e também não dá autonomia para seus subordinados negociarem de forma amigável com a categoria.

Os núcleos sindicais de Toledo, Cascavel e Foz do Iguaçu mantiveram unanimidade no indicativo de greve.