Cotidiano

Governo detectou expansão das facções durante as Olimpíadas

64387550_Brasil Brasília BsB DF 18-01-2017 - O governo federal planeja empre.jpgTabatinga (AM) ? O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou que o emprego das Forças Armadas na segurança pública era esperado desde as Olimpíadas do Rio, em meados do ano passado, devido às informações, ainda naquela época, da expansão do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Comando Vermelho (CV).

? Com o crescimento do PCC e Comando Vermelho, sua nacionalização e internacionalização, ficou evidente que haveria a necessidade de uma resposta que teria de ser nacional ? afirmou Jungmann ? Sabíamos que seríamos convocados a colaborar.

Segundo o ministro, as informações de inteligência levantadas por ocasião das Olimpíadas já apontavam um contexto nacional de facções originárias de São Paulo e Rio de Janeiro. Mas não era possível prever, segundo ele, de que forma exata seria o emprego das ForçasArmadas e nem que o foco da crise estouraria nos presídios.

Ele lembrou que nos briefings diários dos órgãos de inteligência brasileiros, durante as Olimpíadas, havia manchas na região metropolitana do Rio de Janeiro apontando áreas de controle de facções e outras comandadas por milícias. A informação mostrou, segundo o ministro, a necessidade da “resposta nacional”. Segundo Jungmann, a disputa por mercados é o ponto central da guerra entre os grupos criminosos, com desdobramentos neste momento dentro dos presídios, que registram mortes e fugas desde o início do ano.

Para o ministro, a violência nas grandes cidades tem relação direta com o que ocorre na fronteiras: a entrada de armas e drogas.O ministro lembra que são 17 mil km de fronteiras no Brasil, país com a terceira maior área de contato com nações vizinhas. Para dar ideia do que isso representa, ele faz uma comparação, afirmando que a extensão da fronteira brasileira representa sair de São Paulo numalinha reta, cruzar a África e seguir até Tóquio, no Japão.

Como resposta à crise, o ministro afirma que o governo dobrou em relação a 2016 o investimento no Sistema de Monitoramento das Fronteiras (Sisfron), com orçamento de R$ 470 milhões neste ano, e que pretende reforçar as operações nessas áreas. A ideia é fazer inspeções mais periódicas e intensificar a troca de informações entre os órgãos de segurança. Uma das críticas em relação à fiscalização anterior, feitas por meio das operações Ágata, eram por serem esparsas.

* a repórter viaja a convite do Ministério da Defesa