Cascavel – A Sesp (Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária) anunciou recursos de R$ 2 milhões para reformar novamente a PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel), destruída na rebelião da semana passada.
Em coletiva à imprensa ontem, o secretário Wagner Mesquita disse que 70% da unidade prisional foi destruída pelos presos durante as 43 horas da rebelião que deixou, por enquanto, um morto e 31 feridos, dentre eles três agentes penitenciários. “Os presos estão custodiados de maneira precária. Temos avarias no telhado e no concreto das celas e, até que os presos sejam novamente colocados nos cubículos, priorizamos a guarda externa”.
Contudo, nem valores nem prazos estão definidos. Isso porque é preciso esperar a perícia no local. A partir disso pode ser aberta licitação que demorará entre um ano ou dez para a conclusão dos trabalhos.
Uma gota no oceano
Para tentar aliviar o esgotamento do sistema prisional paranaense, o secretário de Segurança Pública, Wagner Mesquita, anunciou medidas que mais parecem uma gota em um oceano.
Dentre elas estão a aquisição de 6 mil tornozeleiras eletrônicas, a construção de celas modulares de concreto, construção e ampliação de presídios, como a PIC (Penitenciária Industrial de Cascavel).
As celas modulares, chamadas de shelters, devem abrir 612 vagas para presos que estão nas delegacias de Curitiba, Piraquara, Guarapuava, Maringá, Londrina e Corbélio Procópio, num investimento de R$ 8 milhões. Ou seja, um custo de R$ 13.071 cada vaga.
Conforme o diretor do Depen (Departamento Penitenciário do Paraná), Luiz Alberto Cartaxo, o Estado deverá alugar 20 body scanner para as unidades prisionais. “O equipamento vai auxiliar os profissionais no momento da revista e permite detectar se a pessoa está levando objetos proibidos”.
O Estado deve retomar, ainda este ano, a construção e a ampliação das unidades prisionais paralisadas há anos e já anunciadas diversas vezes pelo governador Beto Richa aos quatro cantos do Paraná. Nos próximos dias o governador deve assinar a autorização para a construção do presídio em Piraquara, com 636 vagas, e ainda o Centro de Integração Social de Piraquara com 216 vagas; a Cadeia de Campo Mourão com 382 vagas; Penitenciária Estadual de Piraquara 2 (501 novas vagas), a Penitenciária Industrial de Cascavel (334 novas vagas), Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu (501 vagas) e Casa de Custódia de Piraquara (334). As demais oito obras devem ter início nos primeiros meses de 2018.
Um mutirão carcerário está sendo organizado pelo Tribunal de Justiça, por meio do Grupo de Monitoramento e Fiscalização, para a próxima terça-feira (21) em todo Estado, para avaliar a situação dos presos em regime fechado e possibilidade de progressão de regime. A expectativa é de que sejam abertas 300 vagas.
PEC – Familiares fazem protesto
Na tarde de ontem, familiares dos presos que permanecem na PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel) fizeram um protesto em frente à unidade. Segundo eles, os detentos estão “dormindo no chão, sem colchões, cobertas e ainda de cuecas”.
Conforme as mulheres, presos que estavam na PEC no momento da rebelião e saíram com o alvará de soltura disseram que a situação dentro da unidade é caótica. “Eles estão sendo humilhados, estão apanhando e a informação que nos foi repassada é que, dos 39 que eles disseram que fugiram, pelo menos dez estão mortos e ninguém fala nada”.
Outro problema citado por elas é de que muitos presos estão feridos.
Os familiares querem a lista dos presos transferidos durante o motim.
Conforme a Sesp, estão abrigados 788 presos na PEC e até que sejam reconstruídos alguns cubículos não há como fazer a contagem ou mesmo elaborar a lista de presos.
Em relação ao número de presos mortos, citados pelos familiares, a Sesp cita que existe a confirmação de apenas uma morte.
5ª Região Militar doa fuzis à PRF
A 5ª Região Militar doou fuzis para a PRF (Polícia Rodoviária Federal) dos estados do Paraná e de Santa Catarina. No total foram entregues 26 fuzis 7,62 mm M964, 52 carregadores e 26 bandoleiras. A doação atende à solicitação da própria PRF.
Os estados do Paraná e de Santa Catarina apresentam grande trânsito fronteiriço, com presença reiterada de grupos de tráfico de armas, munições, explosivos e entorpecentes, contrabando e descaminho de cargas de alto valor, além de quadrilhas especializadas em roubo de carga e de bancos.
