Cotidiano

Governo anuncia 75 mil novas vagas e ampliação do teto para concessão do Fies

BRASÍLIA — O governo do presidente interino Michel Temer anunciou na tarde desta quinta-feira a abertura de 75 mil novas vagas para o Fies, programa de financiamento estudantil, para o segundo semestre de 2016. Em um breve discurso no Palácio do Planalto, Temer disse que essa decisão mostra que nesse curto período desde que assumiu o Poder não para de trabalhar. Em tom defensivo, também afirmou que, diferentemente do que “disseram”, a educação é uma prioridade para sua gestão. As novas vagas gerarão um custo de R$ 450 milhões. Os recursos, informou Temer, foram liberados após avaliações feitas pela área econômica. Além das novas vagas, o Ministério da Educação (MEC) aumentou de 2,5 salários mínimos para 3 salários mínimos a renda familiar máxima permitida para a concessão do benefício.

— Disseram que nós não teríamos a educação como prioridade. Quero revelar que a educação é prioridade para nosso governo. O governo age permanentemente. Já houve a produção, nesses poucos dias de governo, dos mais variados eventos. Quero recordar o evento de ontem, do estabelecimento de um teto para as despesas, para combater um déficit que anunciamos num passado muito próximo. E anunciar a ideia de que estamos voltados a privilegiar a educação — disse Temer.

De pé ao lado do ministro da Educação, Mendonça Filho, que discursou antes dele em frente a um púlpito, Temer foi caminhando discretamente para a última cadeira vazia no espaço reservado para autoridades e se sentou durante a fala do auxiliar.

O edital para abertura de novas vagas será publicado amanhã, segundo Mendonça Filho. As inscrições para essas vagas poderão ser feitas do dia 24 de junho ao dia 29 de junho. Haverá uma lista de espera a partir de 30 de junho. Os estudantes selecionados terão de se inscrever a partir do dia 1° de julho, e a convocação da lista de espera está programada para os dias 4 de julho a 10 de agosto. Os alunos do Rio de Janeiro contarão com um calendário especial a ser divulgado posteriormente, devido às Olimpíadas.

Numa crítica explícita ao governo da presidente afastada Dilma Rousseff, Mendonça Filho afirmou que seria “impossível” trabalhar com o orçamento do MEC deixado pela gestão anterior, em que Aloizio Mercadante ocupava a pasta como ministro de Dilma. Mendonça disse que encontrou na Educação um rombo de R$ 6,2 bilhões, e que o presidente interino Michel Temer teve que pedir recursos à Fazenda e ao Planejamento.

— Se, porventura, nós fizéssemos o que estava no orçamento deixado pela gestão da presidente Dilma, seria impossível nós disponibilizarmos hoje as vagas que estão sendo disponibilizadas. São 75 mil novas vagas no Fies — afirmou.