BRASÍLIA – Para evitar um contingenciamento nas despesas públicas, o governo optou por contabilizar R$ 6,2 bilhões em receitas de repatriação de recursos no exterior já declaradas à Receita Federal. Ao mesmo tempo, a previsão de arrecadação com alguns impostos e com receitas não administradas caíram, segundo o relatório bimestral de receitas e despesas do 4º bimestre. Dessa forma, a previsão de receitas da União cresceu 1,7 bilhão para este ano.
A estimativa para as despesas também subiu R$ 541 milhões do 3º para o 4º bimestre. No relatório, o governo recomenda, como ?medida prudencial? que as receitas restantes dessa conta, equivalentes a R$ 1,2 bilhão, sejam alocadas como ?reserva financeira para absorver riscos fiscais?.
Os valores referentes à repatriação foram divulgados antes do fim do prazo para que as empresas façam a adesão ao programa, em 31 de outubro. A expectativa é de que, até lá, possam entrar até R$ 50 bilhões nos cofres públicos. Isso porque muita gente deixa a adesão para o fim do período. Quando assumiu o Ministério da Fazenda, no entanto, Henrique Meirelles se comprometeu a não inclui em suas previsões valores que ainda não tivessem, efetivamente, entrado no caixa do governo.
No documento, o governo melhorou a previsão para o crescimento da economia em 2016. Agora, a expectativa é de que o Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país) tenha uma queda de 3,0%, contra 3,1% no relatório anterior. Já a expectativa para inflação foi mantida em 7,2%.
