Cotidiano

Governo americano aprova o primeiro stent biorreabsorvível

RIO — Um implante médico de dissolução lenta no organismo pode ser a resposta aos problemas de segurança com dispositivos usados para tratar as artérias obstruídas.

O novo stent Absorb, do laboratório Abbott, vem com uma advertência importante: não há demonstração de que seja mais seguro do que os antigos implantes metálicos.

A FDA, agência do governo americano responsável pelo controle de alimentos e medicamentos, aprovou o dispositivo na última terça-feira para os pacientes com obstrução nas artérias coronárias, um mal que causa 370 mil mortes por ano nos Estados Unidos. O novo stent, feito com um material plástico, foi desenvolvido para dissolver-se ao longo de três anos.

Os atuais stents são tubos de malha de arame que abrem as artérias depois de uma operação de remoção do tecido adiposo. De acordo com especialistas, o artefato desenvolvido pelo laboratório Abbott é um passo importante para a busca por um melhor tratamento para a principal causa de morte nos Estados Unidos.

— Esta parece ser uma tecnologia melhor para o futuro, pelo menos em teoria, mas levaremos anos para comprovar esta eficácia — explica George Vetrovec, membro do conselho executivo de cardiologia da FDA.

O Absorb, que já está à venda na Europa e na Ásia, é fabricado com um material biorreabsorvível que permanece intacto durante um ano e se dissolve nos dois anos seguintes.

O uso de stents metálicos se popularizou no começo do século como tratamento para pessoas que sofreram um infarto ou tinham dor no peito causado pela obstrução das artérias.

Os médicos, porém, reduziram o emprego deste artefato por razões de segurança. Estudos realizados em 2007 e 2008 revelaram que as artérias com stents têm um risco maior de sofrer coágulos, o que pode provocar um ataque cardíaco depois de um ano. Outro levantamento, realizado por cinco anos, mostrou que o tratamento com fármacos era tão eficaz como o implante de um stent.