Política

Governador apresenta Nova Ferroeste e Parques ao Ministério do Meio Ambiente

O lucro operacional da empresa fechou em R$ 5,4 milhões em 2021 (já descontada a depreciação), em crescimento constante desde 2019 (R$ 450 mil) e 2020 (R$ 1,4 milhão)

Ibama e Funai visitam os Campos Gerais para conhecer o traçado da Nova Ferroeste. Os técnicos sobrevoaram a Terra Indígena em Nova Laranjeiras. Foto Alessandro Vieira
Ibama e Funai visitam os Campos Gerais para conhecer o traçado da Nova Ferroeste. Os técnicos sobrevoaram a Terra Indígena em Nova Laranjeiras. Foto Alessandro Vieira

 

Brasília – O governador Ratinho Junior se reuniu, em Brasília, com o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e com presidente do Ivama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Eduardo Bim, ontem (10), para debater o projeto da Nova Ferroeste, estrada de ferro que ligará Maracaju, no Mato Grosso do Sul, ao Porto de Paranaguá, no litoral paranaense. Ele também apresentou as ações do programa Parque Urbanos, que investe R$ 72 milhões para criação de espaços de proteção e lazer em áreas degradas de 63 municípios.

Ratinho Junior pediu celeridade nas audiências públicas que vão ratificar o projeto do modal ferroviário, uma das últimas etapas antes de levar o projeto a leilão na Bolsa de Valores. Protocolados em novembro no Ibama, o Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) foram aceitos pelo órgão ambiental em janeiro deste ano.

Após esse primeiro passo e a formalização de algumas entregas do relatório aos municípios envolvidos, o Ibama deve fazer uma nova publicação no Diário Oficial da União, na qual vai indicar o início do prazo de 45 dias para a realização das audiências públicas. “O presidente e a equipe do Ibama demonstraram ser favoráveis à realização das audiências públicas, que devem ocorrer, possivelmente, no início de abril. A população poderá se manifestar sobre o projeto e o traçado dessa grande obra, que vai revolucionar a logística do Paraná e do Mato Grosso do Sul”, afirmou o governador.

O projeto da Nova Ferroeste prevê a ampliar o traçado da atual Ferroeste S/A, que tem 248 quilômetros, entre Cascavel e Guarapuava. A ligação deve contar com 1.304 quilômetros de trilhos: além do traçado entre Maracaju e Paranaguá, haverá também um ramal de Cascavel a Foz do Iguaçu, formando o Corredor Oeste de Exportação.

Os estudos de viabilidade apontam a circulação de cerca de 38 milhões de toneladas de grãos e contêineres refrigerados no primeiro ano de operação plena. O empreendimento deve ir a leilão na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) no segundo trimestre desse ano. O investimento estimado é de R$ 29,4 bilhões. O vencedor do leilão vai executar a obra e explorar o trecho por 70 anos. O EIA/RIMA conta com cerca de 3 mil páginas, e pode ser acessado na íntegra no site da Nova Ferroeste. O estudo foi conduzido por uma equipe multidisciplinar com 150 pessoas, responsáveis pela coleta e análise dos dados.

PARQUES URBANOS

Ratinho Junior também mostrou ao ministro do Meio Ambiente o programa Parques Urbanos, da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e Turismo, em parceria com o Instituto Água e Terra (IAT) e as prefeituras paranaenses. Criada em 2019, a iniciativa pretende incentivar a criação de parques em regiões de fundo de vale ou áreas com ações erosivas. Uma das características comuns às áreas de fundo de vale é a presença de recursos hídricos, o que aponta para a existência de Áreas de Preservação Permanente Ecológica (APP).

Além do lazer e conservação ambiental, esses novos espaços podem ser potenciais turísticos para os municípios. “O Paraná é reconhecido no Brasil e no mundo como referência em sustentabilidade, com chancela inclusive da Organização pela Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)”, ressaltou o governador.

“Graças a esse programa, o Paraná é o estado com o maior número de parques urbanos sendo construídos. Áreas degradas dentro das cidades estão sendo transformadas em espaços de lazer e proteção ambiental”, afirmou. “Queremos contar com o apoio do Ministério do Meio Ambiente para expandir esse programa a outros municípios”.

Dos 63 convênios assinados junto aos municípios, três prefeituras já inauguraram os parques urbanos (Araruna, Maringá e Guaíra). Outros nove foram finalizados, 32 estão em execução e 19 estão na fase de licitação. Outros municípios já manifestaram interesse em aderir ao programa estadual.

 

Movimentação da Ferroeste teve alta 13% em 2021

 

Reflexo do bom momento vivido pela produção agropecuária do Oeste e da confiança dos investidores, a Ferroeste fechou 2021 em alta. O balanço anual da empresa, ontem (10), aponta para a movimentação de 1.566.200 toneladas de produtos, um volume 13% maior do que no ano anterior (1.382.600 ton) e 33% maior do que 2019 (1.172.000 ton).

A maior parte desse saldo positivo se deve à circulação de grãos, basicamente soja. Passaram pela Ferroeste 920.339 toneladas dessa commodity, número 15% maior que em 2020 (795 mil/ton), o que ajudou a impulsionar os recordes de movimentação da Portos do Paraná, que administra os terminais de Paranaguá e Antonina, e a balança comercial do Estado, que encerrou 2021 positiva.

Os contêineres com proteína animal também engordaram o volume de escoamento pelo modal ferroviário administrado pelo Estado. Em 2021 foram transportadas 384.230 toneladas de carne de porco e frango in natura e congelada, um aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano retrasado (340 mil/ton).

“Melhoramos os indicativos em todas as frentes, no volume de grãos e no número de contêineres, o que se traduziu num resultado financeiro cada vez mais positivo. A Ferroeste passou anos sendo deficitária e desde 2019 conseguimos fechar as operações no azul, honrando os compromissos e facilitando o transporte para os produtores rurais que estão mais distantes do Litoral”, afirma o diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves.

O lucro operacional da empresa fechou em R$ 5,4 milhões em 2021 (já descontada a depreciação), em crescimento constante desde 2019 (R$ 450 mil) e 2020 (R$ 1,4 milhão).