NOVA YORK – O Goldman Sachs foi acusado, em um processo nos Estados Unidos, de ter orientado indevidamente um cliente para agradar o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak ? em mais um caso relacionado ao fundo de investimentos estatal daquele país, o 1MDB, controlado por Razak.
O Goldman e o ex-diretor gerente Tim Leissner teriam, segundo a acusação, descumpriram suas funções como consultores financeiros do EON Capital, que foi comprado por US$ 1,7 bilhão em maio de 2011 pelo Hong Leong Bank.
O Goldman teria usado informação confidencial do EON para ajudar a outra instituição a comprá-lo por um preço baixo, sabendo que um irmão de Najib é do conselho do Hong Leong e que outro está no controle da firma de investimento dando consultoria ao banco, alega o Primus Pacific Partners na queixa.
O Primus Pacific, o maior acionista do EON após comprar uma fatia de 20% no banco em 2008, entrou com ações duas vezes para impedir a venda, argumentando que o preço da aquisição estava muito baixo. Mas não obteve sucesso em nenhuma delas. No processo atual, o Primus quer US$ 510 milhões em danos.
Em comunicado, Andrew Williams, um porta-voz do Goldman, afirmou que essa queixa já não havia tido sucesso na Malásia ao tentar impedir a transação ?que foi aprovada pelos acionistas?, acrescentando: ?Nós vamos contestar vigorosamente este processo adicional equivocado?.
Procurado pela Bloomberg, o advogado de Leissner, Jonathan Cogan, não retornou a ligação para comentar o caso.
O processo surge ao mesmo tempo em que as ações do banco de Wall Street para obter fundos em nome do 1MDB têm atraído a atenção de promotores americanos. Em uma queixa registrada na semana passada, eles apresentaram um ?mapa da mina? que, aparentemente, mostra como mais de US$ 2 bilhões obtidos pelo Goldman Sachs para o fundo malaio foram desviados por pessoas relacionadas à política e canalizados para vários projetos, incluindo filmes de Hollywood, pinturas famosas e até um jato da Bombardier.
