Cotidiano

Genoma do tardígrado mostra adaptações para viver em ambientes extremos

RIO ? Conhecidos por sobreviverem até no vazio gelado do espaço, os tardígrados, um tipo microscópico de animal, produzem uma proteína única que ajuda a proteger o DNA de danos. Esta foi um dos cahados do primeiro sequenciamento genético em detalhes de uma das espécies mais resilientes de tardígrado, a Ramazzottius variornatus, publicado na edição desta semana do periódico científico ?Nature Communications?.

Na busca para revelar os mistérios da incrível resistência dos tardígrados, um grupo de pesquisadores liderado por Takekazu Kunieda, da Universidade de Tóquio, decidiu tentar decifrar o genoma do R. variornatus depois que o sequenciamento do DNA de outra espécie de tardígrado, a Hypsibius dujardini, sugeriu que ele era formado em grande parte pela transferência horizontal de genes, isto é, a transmissão de características genéticas entre espécies durante a evolução desta linhagem de animais.

Segundo os cientistas, porém, o genoma do R. variornatus não mostra sinais de um grande volume de transferências horizontais. Por outro lado, ele exibe uma maior quantidade de genes apontados como responsáveis pela sobrevivência a ambientes biologicamente estressantes do que moscas e minhocas, dois outros tipos de animais conhecidos por sua resiliência. E foi assim que eles identificaram a proteína protetora do DNA que acreditam ser única dos tardígrados. Ainda de acordo com os pesquisadores, experimentos da ação da proteína no DNA humano mostraram que ela pode protegê-lo de altas doses de radiação de raios-X.