Cotidiano

General e assessor do Pentágono pagou clube de strip-tease com cartão do governo

WASHINGTON – Um general do Exército americano que trabalhou como assessor de alto escalão do secretário da Defesa, Ashton Carter, fez vários gastos com cartões de crédito corporativo do governo em clubes de strip-tease e bebidas, além de agir de forma inadequada – revelou uma investigação publicada nesta quinta-feira (6). Carter afastou o general Ron Lewis depois de uma viagem pela Ásia em novembro de 2015, quando começaram a surgir rumores sobre o que aconteceu nessa e em outras vezes.

Realizada pelo inspetor-geral para o Departamento da Defesa, a investigação documentou uma série de incidentes que remontam a abril de 2015, pouco depois de Carter ter sido designado quarto secretário da Defesa do presidente Barack Obama. Em uma viagem a Seul, Lewis acumulou US$ 1.121 em um cartão de crédito do governo no Candy Bar, uma boate de strip-tease do distrito de Itaewon, acrescenta o relatório.

Esse clube era proibido para o pessoal militar americano, devido a seu envolvimento em atividades ilícitas, segundo os investigadores, ressaltando que Lewis “recebeu algum tipo de serviço, ou de benefício, dessas transações” com os cartões. Lewis alegou que essas cobranças foram colocadas de forma fraudulenta em seu cartão, mas os investigadores questionaram as alegações e denunciaram que Lewis fez uma declaração escrita oficial falsa.

Em uma viagem posterior a Roma, Lewis visitou o clube Cica Cica Boom, bebeu “mais do que moderadamente” durante três horas e, depois, levou uma profissional do estabelecimento para o mesmo hotel em que Carter estava hospedado.

Lá, Lewis acordou um subordinado e lhe pediu que deixasse seu cartão de crédito corporativo com ele para pagar uma conta de US$ 1.755 do clube, pois o seu não estava mais funcionando. Então, voltou para o bar com a mesma mulher.

Os investigadores descreveram uma série de incidentes, envolvendo o general. Um deles aconteceu em uma noite de novembro no Havaí, no final de uma viagem à Ásia.

O informe revela que Lewis negou muitas das acusações. A AFP tentou contato com o general americano, mas não obteve resposta.

O investigador-geral transferiu a investigação para o Exército, que decidirá se serão impostas sanções disciplinares e com qual patente ele ficará, quando deixar a ativa.

Ex-piloto de helicópteros de ataque, Lewis serviu no Iraque e no Afeganistão.

“Espero os melhores níveis de conduta possíveis dos homens e mulheres desse Departamento, especialmente daqueles que servem nos postos mais altos”, afirmou o secretário Carter, em um comunicado. “Sem exceções”, frisou.