Cotidiano

Gelo no Ártico chega ao segundo menor nível e alarma cientistas

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WASHINGTON, Estados Unidos ? O gelo no Oceano Ártico derreteu até ficar com o seu segundo nível mais baixo desde o início do monitoramento local por satélite. A situação, observada neste verão no Hemisfério Norte, é mais um sinal inquietante do aquecimento global, garantem cientistas.

O Centro Nacional de Informação de Neve e Gelo, no estado americano do Colorado, informou que o gelo do mar alcançou seu ponto baixo do verão no último sábado, dia 10 de setembro, chegando a uma extensão de 4,14 milhões de quilômetros quadrados. Trata-se de uma redução de 2,56 milhões de quilômetros quadrados em relação à média de gelo entre os anos 1979 e 2000. A diferença é equivalente, em tamanho, à soma dos territórios dos estados americanos do Texas e do Alasca.

Somente em 2012 foi registrado uma área menor da camada gelada, que, naquele ano, ficou com 3,39 milhões de quilômetros quadrados. Diretor do centro, o pesquisador Mark Serreze disse que o nível no último sábado foi, tecnicamente, 10 mil quilômetros quadrados menor do que o observado em 2007, mas a diferença é tão pequena que pode ser considerado um empate. De acordo com ele, ainda que a marca não represente um recorde, é extremamente preocupante porque confirma a tendência de retração.

– Estamos reforçando que há uma tendência de redução. Não há evidência de recuperação – afirmou Serreze, de acordo com a agência Associated Press. – Sempre soubemos que o Ártico seria o sistema de alerta precoce para as mudanças climáticas. O que vemos este ano reforça isso. É uma perda tremenda o que estamos observando.

Segundo ele, este foi um ano atípico para o gelo no Ártico. No inverno, os níveis estavam entre os mais baixos da História para essa época, mas, por outro lado, houve mais tempestades na região do que o normal durante o verão. Normalmente, as tempestades mantém o Ártico nublado e mais frio, porém, nem mesmo essa realidade evitou a aceleração do derretimento este ano

– Os padrões do clima para o verão não importam mais tanto quanto antes, de maneira que estamos entrando num novo regime – destacou o especialista, acrescentando que não ficará surpreso se o Ártico ficar sem gelo nenhum no verão de 2030, algo que afetará a segurança internacional.