Política

Gastos com diárias dobram em relação a gestor anterior

Cascavel – Uma diária é concedida a um servidor público quando ele precisa viajar a serviço. No caso de um vereador, quando o político vai em busca de recursos, equipamentos, tratativas de projetos ou ainda conversar com autoridades em busca de liberações para seu município.

Alvo de muitas polêmicas por diversas cidades do Paraná na última legislatura, a concessão de diárias nas Câmaras de Vereadores passou a ser acompanhada de perto. Em vários locais o Ministério Público ingressou com ações exigindo a devolução do dinheiro e até propondo sanções administrativas e penais aos responsáveis.

Em Cascavel, o controle tem sido rigoroso nas últimas gestões. De acordo com levantamento feito no portal da Transparência da Câmara de Cascavel, em 2017 foram pagos R$ 59.692 em diárias. Embora a legislatura fosse outra, o presidente era o mesmo: Gugu Bueno, em 2016 o valor foi um pouco menor: R$ 35.037,50 no ano todo, abaixo do gasto em 2015, de R$ 43.199.

Antes de Gugu, quem comandou a presidência da Câmara foi Márcio Pacheco, que saiu por ter sido eleito deputado estadual. Durante sua gestão, os valores foram muito menores do que os valores atuais: R$ 19.445 em 2013 e R$ 19.115 em 2013.

Gugu Bueno justifica a diferença dos números: o aumento com gastos em diárias pode ter ocorrido, mas o que os vereadores conseguiram em contrapartida compensou. “Às vezes você gasta mil reais com a viagem e consegue R$ 300 mil de benefício. Tivemos vereadores que conseguiram ambulâncias, verba para saúde, entre outros investimentos. Acredito que o gasto aumentou porque os vereadores estão atuantes”.

“Se comparar nossa Câmara com cidades como Maringá, Londrina, tenho certeza de que a nossa é uma das que gastam menos”, acrescentou.

Comparação

A reportagem pesquisou as despesas com diárias em Maringá, exemplo citado por Gugu Bueno. No portal da Transparência do Município, em 2013 a cidade gastou mais que Cascavel: R$ 37.660,24. Mas esse foi o único ano em que a Cidade Canção gastou mais que Cascavel. Em 2014, Maringá pagou R$ 5.265 em diárias e, em 2015, R$ 5.281,50. Em 2016 foram pagos R$ 10.295,50 em diárias e, neste ano, até agora, é de R$ 19.070,48, valor 68% menor que o gasto em Cascavel.

Já quanto a Londrina, Gugu Bueno tem razão. Primeiro que, no site da Câmara mostra que não são pagas “diárias” a vereadores e os gastos estão classificados como “despesas para viagens”. Neste ano até agora, foram disponibilizados R$ 76.907,53, valor bem acima do registrado ano passado: R$ 17.742,01; neste caso, menos do que em Cascavel, assim como em 2015, quando o Legislativo de Londrina gastou, com viagens, R$ 22.679,16. Já em 2014 e 2013 os valores foram expressivos: R$ 55.147,39 e R$ 50.411,66, respectivamente.