Política

Ganso fora da Câmara

O ex-vereador Jeovane Machado, mais conhecido como Ganso Sem Limites, garantiu ontem que vai pedir exoneração na Câmara de Vereadores. Uma coisa é certa: pedindo ou não, ele deixará o cargo de assessor parlamentar, comissionado, que exerce no gabinete de Jorge Bocasanta. “Não posso comprometer a pessoa para quem eu trabalho hoje”, justificou.

O ex-vereador “cai” na lei da ficha limpa. Condenado por crime eleitoral, ele perde o direito político por oito anos e, desta forma, não pode mais exercer o cargo.

Ganso vai pagar multa e uma cesta básica no valor de R$ 350 em favor do Conselho da Comunidade. A pena foi revertida. A original era de um ano de detenção. Já a esposa de Ganso, Viviane Machado, havia sido condenada a três anos de detenção. A pena dela foi revertida ao pagamento de cesta básica e serviço comunitário durante uma hora por dia, por três anos. Ela pode cumprir em menos tempo, desde que ela faça as horas semanais estabelecidas.

Os dois aceitaram as penas alternativas. Ganso saiu da audiência dizendo que a condenação foi injusta. “É injusto porque na saúde não deveria ter fila. Na verdade tudo isso ocorreu a partir de uma denúncia de uma servidora da Secretaria de Saúde. Por que eu me elegi sem dinheiro, sou pobre, quem se elege com dinheiro não tem esses problemas”.

10 dias

Os dois têm dez dias para cumprir a pena do pagamento de cesta básica. Caso não o façam, a pena alternativa é revertida à original. Já para o cumprimento de serviço comunitário, Viviane vai ter três anos de prazo. A partir do pagamento da cesta básica, passa a contar a perda dos direitos políticos dos condenados: ambos não podem se candidatar ou ocupar cargo político por oito anos.

Bocasanta

O vereador Jorge Bocasanta defendeu o funcionário ao conversar com a nossa reportagem. “O Ganso foi uma vítima. Veja se está na Constituição, em algum lugar, que tem que ter fila na saúde. Ele foi condenado por algo que não deveria existir”, rebateu. Até o fechamento desta edição, a Câmara não havia confirmado se foi ou não notificada da decisão.

A Justiça Eleitoral enfatizou o fato dos condenados oferecem o serviço em troca de votos. O caso é de 2012 e só agora teve desfecho.