Cotidiano

Galerista se defende das acusações de falsificação na ArtRio

35592548_SC Rio de Janeiro RJ 25-03-2011 Raymundo Colares. Foto Jaime Acioli.jpg

RIO ? Alvo de suspeitas por parte de galeristas e colecionadores que circularam pela ArtRio, aberta anteontem no Píer Mauá, o galerista Ricardo Castro, da Graphos, se defendeu hoje das acusações de que estaria negociando obras falsicadas de Raymundo Colares, Ubi Bava, Willys de Castro, Maurício Nogueira Lima e Antonio Maluf. As obras foram retiradas do estande pela organização do evento, até que sua autenticidade seja comprovada. O galerista disse ao GLOBO que as denúncias são totalmente infundadas.

? As obras têm origem, procedência e autenticidade ? afirma Castro, citando um certificado do Instituto Ubi Bava. ? Encaminhei ontem (quinta-feira) mesmo à feira toda a documentação que tenho pertinente a elas, inclusive as de restauro e limpeza. Tirei os quadros e me pus à disposição do evento para esclarecer quaisquer dúvidas.

Segundo adiantou hoje a coluna de Ancelmo Góis, o cheiro de tinta e o brilho das obras fizeram galeristas e coleciadores desconfiarem de sua autenticidade. Sobre isso, Castro disse que a alegação é tão “patética” que não se daria o trabalho de comentar.

Há mais de 50 anos no mercado, Luiz Séve, da Galeria Arte Ipanema, e organizador da primeira individual de Colares nos anos 1970, disse que não viu as obras, mas comentou ao GLOBO que o brilho não denuncia necessariamente uma falsificação.

? Às vezes, essa sensação é causada pelo verniz utilizado na restauração ? explica. ? Temos que tomar cuidado para não fazer falsas alegações que possam compremeter o trabalho de um profissional.

Um curador que preferiu não se identificar comentou que ao menos uma obra de Colares teria passado por uma restauração recente.

Integrante do comitê de seleção da ArtRio, o galerita Max Perlingeiro disse que vai propor que, no próximo ano, todas as obras a serem expostas sejam avaliadas antes do início do evento.