Cotidiano

Fundos que investem em ações foram melhor aplicação em junho

SÃO PAULO – Os fundos indexados, que tentam replicar o Ibovespa, índice de referência do mercado de ações brasileiro, foram a melhor aplicação do mês de junho, segundo levantamento da Associação Brasileira das Entidades dos mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Dados até o dia 24 deste mês, mostram que os fundos indexados renderam 3,34%, seguidos pelos fundos Índice Ativo, que tentam superar o Ibovespa e subiram 2,68%. No mesmo período, o Ibovespa teve valorização de 6,3%.

– O cenário ainda é complicado, com a economia em recessão, mas o mercado de ações teve um bom desempenho em junho já que os investidores interpretam que o governo interino está, aos poucos, tomando as medidas necessárias para a retomada da economia – diz Fábio Colombo, administrador de investimentos.

No ano, os fundos indexados ao Ibovespa têm ganho de 13,83%, enquanto o Ibovespa subiu 18,8% no mesmo período.

Para Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor de pesquisas econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) no atual cenário da economia as empresas ainda estão com os resultados comprometidos, porque sofrem com a falta de crédito e demanda fraca. Investir em ações nesse contexto pode ser arriscado para o pequeno investidor.

– Ações só se o investidor estiver pensando no longo prazo e sempre num fundo de ações, onde o risco é diluído já que os recursos são aplicados em vários papeis – recomenda Ribeiro de Oliveira.

Já os fundos cambiais, que acompanham a variação da moeda americana, tiveram desvalorização de 6,59% no mês de junho, até o dia 29. O dólar comercial perdeu 11,07% no mês e se desvaloriza 18,6% no ano.

Para Colombo, com o cenário político interno menos turbulento, o real se valorizou frente à divisa americana. Ribeiro de Oliveira, da Anefac, lembra que mesmo com a decisão da Inglaterra de deixar a União Europeia, os bancos centrais estão trabalhando em conjunto para garantir liquidez ao sistema financeiro mundial. Também ajuda a manter o dólar em queda a sinalização do Banco Central brasileiro de adiar uma queda nos juros.

– Esse tipo de aplicação funciona mais como hedge (proteção) para quem tem uma dívida em dólar, por exemplo, um intercâmbio no exterior ou mesmo uma viagem de férias – diz.

A poupança, aplicação mais popular entre os brasileiros, rendeu líquidos 0,71% no mês e 4% no ano. Com o atual patamar de juros (14,25 ao ano) a aplicação continua perdendo para fundos que aplicam em títulos do governo. O ouro, usado como reeserva de valor em momentos de crise, se desvalorizou 2,71% no mês, mesmo com o Brexit.

Os fundos multimercados balanceados, que aplicam os recursos em moeda, títulos e ações, ofereceram ganho de 0,76% no mês.