Cotidiano

Fundo de títulos de dívida brasileira terá cotas negociadas na Bolsa

Bovespa 3.jpgWASHINGTON – O Brasil está trabalhando com o Banco Mundial para a criação de um fundo com cotas negociáveis em bolsa (ETF) composto por títulos de dívida do governo, informou o IRF, serviço de informação financeira da Thomson Reuters. Será o primeiro do gênero em mercados emergentes, conforme José Franco Medeiros de Morais, subsecretário de Dívida Pública, que está em Washington para o ciclo de reuinões do Fundo Monetário Internacional. O lançamento está previsto para o início de 2017.

A negociação com ETFs é feita da mesma forma que a de ações: o investidor precisa de cadastrar em uma corretora para comprar e vender cotas, que são ?fatias? da carteira. Essas cotas têm cotações, que sobem e descem ao sabor da oferta e da demanda dos investidores, da mesma forma que as ações.

A decisão de lançar o ETF reflete a preferência dos investidores por papéis de dívida do governo, em detrimento de ações. A expectativa é que o fundo com cotas negociáveis em bolsa (ETF) ajude a impulsionar o desenvolvimento do mercado de capitais local.

Os ETFs ganharam popularidade porque permitem que os investidores ponham seus recursos em uma ampla gama de ativos em vez de concentrá-los em um apenas, disse o IFR. Além disso, as ações e os títulos podem ser agrupados em ETFs por classes de ativos específicos.

?Apenas uma pequena porcentagem da população investe em ações, mas amam a renda fixa?, disse Medeiros. ?E eu espero que os ETFs de renda fixa se tornem muito populares no Brasil.?

O governo brasileiro escolherá, entre candidatos locais e estrangeiros, um administrador para o ETF nos próximos meses.

O Banco Mundial tem um programa piloto para o desenvolvimento deste ipo de produto em mercados emergentes, mas é provável que o Brasil seja o primeiro de vários emissores trabalhando com ETF de títulos do governo, disse Medeiros.

O ETF terá cotas negociadas na Bovespa e a expectativa é que replique o índice de títulos do governo vinculado à inflação, criado pela Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais (Anbima).