Cotidiano

Fugitivos e imigrantes sofrem todo tipo de dificuldades e agressões

RIO – Enquanto autoridades tentam resolver crises migratórias que afetam principalmente o Oriente Médio, a Europa e o Sudeste Asiático, o sofrimento dos refugiados que buscam vida nova sofre com condições precárias na fuga, o perigo dentro e fora de casa e como lidar com seu retorno.

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Retorno a áreas de conflito

Volta forçada. Refugiados afegãos vivem crescente hostilidade no Paquistão, que já forçou mais de 10 mil pessoas a regressarem a um país devastado pela guerra.

Sob pressão. Refugiados no campo queniano de Dadaab estão sob pressão para voltar à Somália. O governo pretende reduzir os 150 mil refugiados no acampamento até o final de 2016. Mais de 20 mil somalis já retornaram.

Presos no deserto. Mais de 75 mil refugiados que fogem da Síria estão presos na fronteira com a Jordânia, numa estreita faixa de deserto conhecida como Berm.

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Condições precárias

Abusos e superlotação. Em centros de detenção na Malásia, refugiados da etnia rohingya, de Mianmar, e outros requerentes de asilo suportam superlotação, risco de doença, abuso sexual e físico e até a morte pela falta de cuidados médicos. Na Líbia, refugiados sofrem abusos generalizados em centros de detenção, onde são detidos ilegitimamente, sem acesso a advogados.

Violação dos direitos humanos. Em Darfur, no Sudão, ocorrem violações de direitos humanos pelas forças de segurança usadas pelo país para controlar a imigração.

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Viagens perigosas

Mortes no mar. Em 2015, mais de um milhão de refugiados e migrantes chegaram à Europa por via marítima. Estima-se que até quatro mil se afogaram. Em 2016, já houve mais de 3.500 mortes.

Estupros. Em 2016, refugiadas da África Subsaariana, antes de atravessarem a Líbia, contaram tomar pílulas anticoncepcionais para evitar a gravidez, por causa dos recorrentes casos de estupro.

Sequestros. Refugiados que fogem da violência na América Central estão sujeitos a sequestros, extorsão, agressão sexual e assassinato na viagem aos EUA, via México.

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Contrastes

Reino Unido x Jordânia. O Reino Unido recebeu menos de 8 mil cidadãos sírios desde 2011, enquanto a Jordânia, com população quase dez vezes menor e com 1,2% do PIB britânico, abriga 655 mil refugiados da Síria.

Nova Zelândia x Líbano. Com população de 4,5 milhões de habitantes, 10 mil Km de território e PIB de US$ 10 mil per capita, o Líbano dá abrigo a 1,1 milhão de sírios, enquanto a Nova Zelândia, que tem o mesmo tamanho de população, mas conta com 268 mil Km e PIB per capita de US$ 42 mil, recebeu somente 250 pessoas.