Cotidiano

Frotas reduzidas

A falta de combustível impede que empresas de viagens na rodoviária em Cascavel operem com a totalidade da frota. A redução de veículos nas estradas ocorre desde a última semana. Isso foi um dos assuntos de reunião no Gabinete de Crise instalado na Cettrans (Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito).

“Elas estão operando com somente 68% das linhas. Em alguns contatos que fizemos com empresas já na quinta-feira passada, soubemos que alguns transportes de cargas e encomendas já haviam parado na quinta-feira passada”, afirma o presidente da Cettrans, Alsir Pelissaro.

As empresas irão liberar ônibus somente com total ocupação de passageiros e enquanto houver condições de transporte. “Antes das pessoas marcarem uma passagem para sair ou vir a Cascavel é preciso consultar as empresas para confirmar o horário para o destino desejado”, orienta Pelissaro. Com relação à frota de táxi, houve redução de 10% dos 131 veículos cadastrados para o serviço em Cascavel e no motofrete 15%.

O desabastecimento nos postos de combustíveis refletiu na redução de veículos nas ruas da cidade. As infrações de motoristas flagrados por radares tiveram queda de 16,7 % na semana passada. “O fluxo normal de 217 mil veículos diários reduziu para 182 mil e na segunda-feira a paralisação foi ainda mais e o trânsito caiu quase 30”, afirma Pelissaro. Com isso a média de quatro atendimentos diários pela Cettrans caiu para um.

Conforme Pelissaro, no transporte coletivo, transporte escolar rural e vans escolares também houve redução de passageiros.

Catástrofe

As consequências dos nove dias da paralisação iniciada com a greve dos caminhoneiros são tão sérias na economia do Oeste do Paraná, um dos principais centros produtores do Brasil, que líderes dão nova classificação ao seu grau de sua intensidade. A situação sai de caos e entra para a esfera de catástrofe, dizem autoridades e representantes do agronegócio e de outros setores produtivos, como G8 e Caciopar, reunidos na tarde desta terça-feira, na Acic, em Cascavel. O encontro buscou avaliar com profundidade os prejuízos que a região amarga. E o consenso é que eles são dos mais duros, com perdas diárias apenas no setor agropecuário de R$ 30 milhões.

Combustível

O acordo do governo do Paraná com caminhoneiros permitiu que caminhões-tanque chegassem a Cascavel para o abastecimento de combustível.

Ainda pela manhã alguns postos da cidade conseguiram retomar os atendimentos, mas diante da demanda de motoristas que buscavam abastecer o tanque dos veículos, filas se formaram e rapidamente o combustível se esgotava.

“Os grevistas liberaram o abastecimento dos postos de Cascavel até a meia noite. Porém há pouco estoque e nas bases, cada posto deve receber cinco mil litros”, comentou ontem o vice-presidente do Sindicombustíveis-PR, Roberto Pellizzetti.

Como forma de racionamento alguns postos limitaram a venda de R$ 50 em combustível para cada cliente e outros a R$ 100.