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Frente fria marca presença em provas da Olimpíada nesta quarta-feira

RIO – Uma nova frente fria que entrou no Rio de Janeiro nesta quarta-feira vem marcando presença em competições da Olimpíada, com impactos que devem se estender até quinta-feira. O remo teve mais um dia de competições cancelado devido à forte ventania na Lagoa Rodrigo de Freitas, e a previsão é de condições adversas também na quinta. Além disso, segundo o instituto Climatempo, é esperada uma ressaca a partir desta madrugada, com ondas de até 2,5 metros, fator que somado ao vento pode dificultar a realização de regatas da vela. Remo 10-08

? Quinta é um dia delicado. Ainda haverá muito vento, o que pode ser uma complicação especialmente para vela e remo. Além disso, é preciso ver como ficará o campo de golfe. Aquela região registra a maior quantidade de chuva nesta quarta, e ainda tem mais água para cair ao longo do dia ? explicou a meteorologista Josélia Pegorim.

De acordo com Pegorim, trata-se de uma frente fria comum no mês de agosto no Rio, causado por um centro de baixa pressão na costa e pela entrada de ar polar. O contraste com a temperatura do continente provoca a entrada de fortes ventos, principalmente vindos da direção Sul-Sudoeste, além de chuva.

Um dos espaços de competição mais vulneráveis ao vento é a Arena de Copacabana, onde acontecem as competições de vôlei de praia. Além da localização, próxima à costa, o desenho da arena favorece a entrada dos ventos de Sul-Sudoeste, que chegam em direção quase frontal. Durante a vitória da dupla brasileira Alison e Bruno sobre os italianos Carambula e Ranghieri nesta quarta-feira, por 2 sets a 0, as arquibancadas estavam tomadas por torcedores com os rostos embrulhados para se protegerem do vento, além de capas de chuva.

Prova de remo cancelada nesta quarta-feira

A expectativa é que o tempo só melhore na sexta, quando os ventos devem diminuir de intensidade. Na quinta, porém, ainda são esperados ventos de moderados a fortes, além de possibilidade de garoa.

LAGOA TEM MICROCLIMA COMPLEXO

No caso da Lagoa Rodrigo de Freitas, que teve um dia inteiro de regatas de remo canceladas pela segunda vez – o mesmo já havia acontecido no domingo -, o vento desta quarta-feira atingia a raia de competição praticamente de frente e chegando a até 40 km/h, o que inviabilizou as competições. O problema é que mesmo quando o vento inverte de direção o problema pode continuar. No domingo, por exemplo, o vento que prejudicou o posicionamento das raias e impossibilitou as regatas não incidia de frente, e sim de uma direção lateral, com uma intensidade que pegou os atletas de surpresa e provocou diversos capotamentos de barcos em treinos pela manhã.

? O vento sudoeste é um dos mais frontais em relação à costa do Rio e incide quase de frente para a raia da Lagoa, o que representa um problema. Esse vento deve continuar na quinta-feira. Já o vento terral, que vem da direção Noroeste, tem a descida forçada pelo morro Corcovado e pode ganhar velocidade, gerando outro problema – explicou Pegorim.

Já a Marina da Glória, base das provas de vela, fica mais protegida dos ventos de sudoeste. Porém, como explica a meteorologista do Climatempo, as raias mais próximas da boca da Baía de Guanabara ficam mais expostas tanto à ventania quanto ao mar agitado. A expectativa, porém, é de melhora das condições a partir de sexta. Provas como a maratona feminina, no domingo, e a maratona aquática, na segunda e terça-feira, devem ocorrer sem chuva, com poucos ventos e mar menos agitado.

? A partir de sexta vai mudar a circulação do vento. Haverá uma diminuição da nebulosidade, com o sol aparecendo e esse ar polar perdendo intensidade na entrada pelo mar. Acredito que, passada essa frente fria, tenhamos uma situação de tranquilidade em relação ao clima, talvez até o fim da Olimpíada ? projeta Pegorim.