Cotidiano

Freixo: 'Uma demonização do empresariado não vai me levar a lugar algum'

P_20160919_141457.jpgRIO – Contundente crítico das parcerias público-privadas (PPPs) promovidas por Eduardo Paes, uma marca da prefeitura do Rio nos últimos anos, o candidato do PSOL a prefeito, Marcelo Freixo, citou nesta segunda-feira uma área em que, se eleito, buscará promover acordos com o setor privado: o setor de bares e restaurantes. Mantendo os ataques às principais PPPs feita pela administração de Paes no Rio, Freixo reconheceu que não pode virar as costas ao empresariado.

– A PPP não é intrinsecamente corrupta, mas no Rio tem sido. As denúncias estão aí, como a do Porto Maravilha, onde Eduardo Cunha é acusado de ter roubado milhões. É possível fazer parcerias, desde que o interesse público esteja mantido. Não é uma demonização do empresariado que vai me levar a lugar algum, mas há uma falta de transparência na prefeitura que é inegável – disse Freixo, perguntado sobre um exemplo em que vê com bons olhos um acordo de incentivos ao setor privado. – Os polos gastronômicos do Rio estão abandonados pela prefeitura, sem uma política pública. Este setor de bares e restaurantes gera 24% dos empregos dos jovens. Então, criar polos gastronômicos em áreas onde há jovens desempregados é algo que vai me interessar como gestor, cabe à prefeitura incentivar isso.

Freixo participou na tarde desta quarta-feira de uma sabatina no pilotis da PUC, na Gávea, diante de uma plateia cuja ampla maioria era favorável a sua candidatura. Um dos estudantes perguntou, após algumas promessas de investimentos por parte de Freixo, como o candidato do PSOL, uma vez eleito, faria a prefeitura conseguir dinheiro para aumentar os serviços oferecidos. O psolista prometeu que não promoverá aumento de impostos.

– Não vamos aumentar impostos, o Rio já arrecada bem. Vamos ter uma boa economia cortando boa parte dos cargos comissionados da prefeitura. Outra economia importante será a revisão da farra de isenções fiscais que a prefeitura concedeu. Só a isenção quase total de ISS às empresas de ônibus fez o Rio deixar de arrecadar R$ 325 milhões. É assim que vamos ter dinheiro para nossas propostas.

Perguntado sobre educação, Freixo criticou a política de investimentos no setor com base na meritocracia, sistema em que são traçadas metas para as escolas e feitas avaliações periódicas com os alunos e, nas unidades que apresentarem mais evolução ou efetividade, professores e funcionários recebem bônus salarial.

– Sou contra a meritocracia. É uma lógica que não enxerga muitas coisas. Muitas vezes, a escola que teve notas mais baixas, é porque tem condições mais adversas, como estar numa área de conflitos, ou outras situações. Muitas vezes, a escola que teve notas mais baixas é justamente a que precisa de mais investimentos da prefeitura.