Cotidiano

Freixo rejeita rótulo de ?radical? e Molon diz que não é ?refém de ideias? na UFRJ

1044457_528901890652265_2548650867512554423_n.jpgRIO – Os candidatos à prefeitura Marcelo Freixo (PSOL) e Alessandro Molon (Rede) divergiram sobre o papel da iniciativa privada na gestão da prefeitura durante debate promovido pelo Diretório Central dos Estudantes Mário Prata (DCE), da UFRJ. Sem citar adversários, Freixo afirmou que tem recebido o rótulo de ?radical? e negou que rejeito o diálogo com o setor privado.

? Na campanha política a gente vai se desvinculando de alguns rótulos. Então, tem gente que já foi mais perto, já foi mais distante, e acho que essas diferenças têm que ser marcadas. Agora, os rótulos são curiosos. Um deles é que: ?Ah, ele é radical. Não conversa com a iniciativa privada?. Isso não existe. Tem diálogo com a iniciativa privada. O que não pode é a submissão do Estado pela iniciativa privada como acontece hoje no Rio de Janeiro. Nos preocupamos com o emprego, mas queremos um Estado forte que possa chegar nos lugares essenciais com política pública. Saúde, educação e saneamento são decisivos para que tenhamos uma política pública ? afirmou Freixo ao responder uma pergunta da candidata a prefeita Carmem Miguelis (NOVO) sobre o apoio municipal a micro empreendedores.

Já no final do debate, realizado no pilotis do prédio da reitoria da universidade, Molon voltou ao tema ao afirmar que fará parcerias público-privada na área de saneamento caso a Cedae não possa atacar o problema em regiões da cidade. Molon vem afirmando ser o ?menos radical? dos candidatos de esquerda justamente por suas propostas de incluir o setor privado na gestão municipal.

? Vou procurar a Cedae e perguntar se tem condições de investir em saneamento básico. Se ela disser que está com o caixa quebrado, eu vou fazer parceria público-privada para levar saneamento básica. Essa é uma divergência minha em relação a outros candidatos de esquerda. Tem gente de esquerda que diz que não aceita saneamento feito por empresa privada. Eu não consigo entender um pensamento de esquerda, que por uma questão ideológica, é melhor deixar os mais pobres sem esgoto coletado e tratado. Não sou refém dessas ideias. Meu compromisso é com a vida das pessoas ? defendeu.

A divisão entre os candidatos de esquerda, acirrada pela indefinição do segundo turno, levou o candidato a vice na chapa de Jandira Feghali, Edson Santos (PT), a pedir união na sua fala inicial:

? Essa luta não se esgota nessa eleição. E eu quero dizer na frente do Freixo e do Molon: temos diferenças que nos afastaram momentaneamente nesta eleição, mas as convergências que temos em função dos interesses do povo na defesa do país que esse governo quer entregar nas mãos das corporações internacionais é o que deve nos unir. Conclamo aqui as forças democráticas progressistas de esquerda para que não nos afastemos, estejamos unidos ao movimento estudantil para lutar contra esse governo golpista.

Durante o debate, o candidato do PSDB, Carlos Osorio, ainda criticou a ausência de representantes de outros partidos na corrida eleitoral.

? Pedro Paulo, Crivella e Bolsonaro nunca fizeram debate como esse. Isso aqui é uma audiência aberta, cada um de vocês tem sua opinião e a expressa, e essa gente só vai a ambiente coreografado com gente paga para bater palma e para aparecer na televisão ? alfinetou o tucano, emendando críticas à gestão do PT. ? O Brasil quebrou. São 12 milhões de desempregados. O governo do PT pilhou e saqueou a Petrobras. O Brasil não está como está por destino. Tivemos dirigentes que não cumpriram com seu dever e quebraram criminosamente o Brasil. Estamos aqui em grande parte por um estelionato eleitoral cometido há dois anos pela Dilma e pelo João Santana.

Ainda participaram do evento a candidata a prefeita Carmem Miguelis (NOVO) e a candidata a vice-prefeita na chapa do PSTU, Marília Macedo.