Cotidiano

Freixo investe em região símbolo do governo Eduardo Paes

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RIO ? O candidato do PSOL à prefeitura do Rio, Marcelo Freixo, cumpriu nesta tarde uma agenda que poderia ser a do prefeito Eduardo Paes (PMDB). Foi ao samba, em Madureira, à Feira das Yabás, em Oswaldo Cruz, e até usou chapéu panamá com a águia da Portela ? em pleno segundo turno, o mangueirense Freixo não recusou a oferta de uma eleitora em potencial. A ofensiva num território que foi símbolo da administração peemedebista ? que fez obras como o Parque Madureira, os corredores de BRT e o Palácio 450 ? busca aproximar o candidato dos segmentos populares da sociedade, ainda mais próximos do adversário, Marcelo Crivella (PRB).

Freixo foi ciceroneado pelo babalaô e professor Ivanir dos Santos, que declarou apoio a ele no segundo turno. O candidato esteve com os sambistas Pretinho da Serrinha, Arlindo Cruz e Marquinhos de Oswaldo Cruz. O intérprete Dominguinhos do Estácio gravou um vídeo de apoio que será usado no programa eleitoral.

? A minha agenda no primeiro turno já teve muito Zona Norte e Zona Oeste, mas agora acho que tem um campo mais aberto (para buscar votos) ainda, porque é voto ou veto. O que tem de bom nós vamos manter. Vamos manter a Feira das Yabás e melhorar a Casa do Jongo ? disse Freixo, citando os locais visitados.

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Nas zonas eleitorais que abrangem a região, Freixo teve entre 14% e 18% dos votos válidos. Crivella oscilou entre 22% e 35%, enquanto o candidato de Paes, Pedro Paulo (PMDB), teve entre 15% e 22%. Freixo, que citou o Parque Madureira como ?uma das coisas mais acertadas que se fez?, disse não fará cortes na cultura.

? A gente tem que economizar dinheiro, mas quem pretende economizar na cultura não entende nada nem de dinheiro e nem de cultura. Vou cortar os cargos comissionados, porque não fiz acordo com o (Anthony) Garotinho e com o Rodrigo Bethlem. Não tenho que leiloar cargos ? disse, em referência a aliados de Crivella.

O candidato foi bem recebido e tirou muitas fotos com eleitores nos dois compromissos do dia. Na Feira das Yabás, a única rejeição partiu de um homem que acusou Freixo de ?defender bandidos? e gritou ?aqui é Madureira, não é o Leblon?. Freixo estava distante e não ouviu a manifestação.

? Foi uma adesão em massa. Se o Eduardo Paes vier aqui, vai ter um que vai xingar. Ninguém é unanimidade. Eu não ouvi, senão eu teria conversado. A receptividade foi muito forte. A melhor maneira de quebrar é estando aqui, ouvindo ? minimizou o candidato.

A um quarteirão da Casa do Jongo, onde começou a agenda de Freixo, homens com fuzis estavam numa esquina nas imediações do Morro da Serrinha, pouco antes das 15h. Na outra esquina, um jovem circulava com uma pistola e um rádio transmissor. O candidato do PSOL não passou pelo grupo para chegar ao local. Questionado sobre o assunto, Freixo defendeu investimentos sociais e uma participação mais efetiva da prefeitura na segurança pública.

? É importante que eles tentem trocar esse fuzil por outros instrumentos: cavaquinho, surdo, violão. Pode chegar a polícia ali, intervir, pode matar, pode morrer, isso não vai resolver. A gente tem que cortar o ciclo, ter uma ação social concreta e profunda, porque isso dá retorno e já se mostrou muito mais eficaz do que a política da guerra. O prefeito tem que assumir essa responsabiliudsade da segurança pública e trazer para ele um gabinete de gestão da segurança e da vida. E aí, chamar os melhores profissionais, fazer pesquisa e trabalhar diretamente nas áreas mais violentas da cidade ? ressaltou.