Cotidiano

Freixo: é 'inevitável' que debate sobre impeachment entre na eleição a prefeito do Rio

Segundo colocado nas primeiras pesquisas de intenção de voto para prefeito do Rio, Marcelo Freixo (PSOL) teve posição diferente de seus principais concorrentes sobre o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, e acredita que será impossível evitar que o tema esteja presentes na campanha, ainda que não tenha relação direta com a prefeitura do Rio. Enquanto Marcelo Crivella (PRB), Flávio Bolsonaro (PSC) e Pedro Paulo (PMDB) apoiaram o impeachment, Freixo vê a deposição de Dilma como um golpe.

No último domingo, Pedro Paulo cancelou uma caminhada em Santíssimo, na Zona Oeste, ao receber ofensas e ser chamado de “golpista” quando chegou para fazer campanha e conversar com moradores do bairro.

– Não vai ter jeito, vai misturar (o tema do impeachment com o debate sobre a cidade). Vamos ter as duas coisas: a nacionalização do debate político e as pautas locais – disse o candidato do PSOL, que comentou o incidente com Pedro Paulo. – Protestos, vaias, aplausos, fazem parte de quem está na rua e tem vida pública. Ninguém vai ser aplaudido o tempo todo. Há um acirramento dos ânimos grande, tivemos um golpe. Temos uma democracia frágil, um governo que faz anúncios preocupantes, como da reforma da previdência, e isso vai gerar protestos nas ruas. O importante é que ocorram sem qualquer tipo de violência, sempre.

Freixo esteve no Secovi Rio, o sindicato de Habitação da cidade, para ser sabatinado sobre seus planos para a cidade. Ele avalia que a mobilidade na cidade é um problema mais urgente que todos os outros.

– Fui professor por mais de 20 anos, e, se tiver de citar um, coloco a mobilidade acima até da educação como nossa urgência mais importante no Rio. Diariamente, uma população equivalente à do Uruguai se desloca de ônibus para o Centro do Rio. É muita gente, e não há planejamento para descentralizar a cidade. Trabalham no Centro 40% das pessoas com carteira assinada na cidade, e só moram ali 5% da população. O projeto feito na zona portuária é bem-sucedido até a página 2. Não se pensou uma política habitacional ali.

Um dos principais líderes da oposição à administração de Eduardo Paes, o candidato do PSOL foi instado durante a sabatina a citar pontos que considera positivos nos últimos governos do PMDB no Rio, e fez ressalvas em meio a alguns elogios.

– O Parque Madureira, por exemplo, foi uma coisa boa. Pena que é uma exceção a uma regra de não planejar a ocupação da cidade, como local de encontro das pessoas. Houve mais dinheiro gasto na saúde, mas principalmente para pagar as Organizações Sociais (OSs), sem investimento real em saúde. É mal gasto.