Cotidiano

Freixo afirma que cidade vive uma ?enorme crise na segurança?

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RIO ? O candidato do PSOL à prefeitura do Rio, Marcelo Freixo, afirmou nesta terça-feira que a cidade vive uma ?enorme crise de segurança? e defendeu uma participação mais efetiva da prefeitura na área. Tiroteios nos morros Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, na fronteira entre Ipanema e Copacabana, deixaram três mortos e cinco feridos na segunda-feira. Um dos feridos foi o comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Pavão-Pavãozinho, capitão Vinícius Apolinário.

? É muito grave o que aconteceu. Não é grave porque aconteceu na Zona Sul. É grave porque aconteceu. Isso acontece também na Zona Norte e na Zona Oeste. A dignidade das pessoas não pode ter CEP. A vida das pessoas tem o mesmo valor, onde quer que seja. A gente vive uma enorme crise de segurança, e é por isso que o prefeito tem que assumir a responsabilidade ? disse Freixo.

Freixo disse que, caso eleito, vai criar uma estrutura de segurança ligada ao gabinete do prefeito, que vai nortear a atuação do município na área.

? O gabinete de segurança da prefeitura não tem papel de polícia, mas tem uma ação de prevenção local, de ação social concreta, para terminar com o ciclo de violência. Isso não é feito hoje. A segurança pública não tem diálogo com as ações sociais, e esse talvez tenha sido o grande erro da política de segurança pública do estado. A prefeitura tem que fazer uma intervenção nos locais em que a violência está mais aguda ? disse.

O candidato defendeu o cruzamento dos dados da incidência criminal, divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), com informações sobre questões sociais. Segundo ele, desta forma, a prefeitura poderia atuar de acordo com as necessidades de cada bairro:

? Já falei que o gabinete do prefeito terá um comando de segurança pública para pensar a segurança da cidade. As principais pessoas que pensam a segurança pública estão comigo. Tem uma questão essencial: os dados do ISP devem ser cruzados por dados de bairro. Como é a violência em cada bairro? A violência na Gávea é diferente da violência na Pavuna, que é diferente do Jacarezinho, que é diferente de Realengo. Deve ser feito um mapa da violência em cada bairro e cruzar os dados sociais com os dados da segurança pública.

Freixo criticou ainda o fato de o governo do estado, segundo ele, não ter criado uma interlocução frequente com os moradores dentro do conceito das UPPs:

? O projeto das UPPs tem uma série de falhas desde o início. Uma delas foi não saber ouvir, não ter interlocução com moradores para a solução de conflitos. Isso chegou num ponto lastimável, em que a crise é difícil de ser revertida, infelizmente.