A França se tornou bicampeã mundial com uma atuação de gala e uma vitória por 4 a 2 sobre a Croácia no estádio Lujniki, em Moscou na tarde de ontem.
Foi o placar com mais gols em finais de Copas do Mundo desde 1966, quando a Inglaterra bateu a Alemanha, coincidentemente, por 4 a 2 no Wembley em Londres.
Foram duas décadas sem que uma final chegasse pelo menos a três gols. A própria França havia conseguido isso em 1998 ao derrotar o Brasil por 3 a 0 em Paris e conquistar o primeiro título.
O número de gols ajudou, mas não foi só isso que tornou a decisão do Mundial da Rússia a mais animada dos últimos anos. O desempenho das duas equipes tornou o jogo mais agradável do que as últimas três finais, marcadas por partidas mais amarradas, tensão e preocupação defensiva.
Em 2017 quando a Alemanha bateu a Argentina por 1 a 0 somente na prorrogação, os times arriscaram somente 20 finalizações. Ontem foram 23 apenas no tempo normal.
A Croácia se lançou ao ataque desde o começo, com uma marcação adiantada que complicava a saída de bola dos franceses. A resposta dos "bleus" para chegar ao bicampeonato foi um jogo de muita concentração e saída rápida para definir os lances ofensivos. Ter pontas velozes e habilidosos como Antoine Griezmann e Kylian Mbappé permitiu à França adotar esse estilo. E o bom desempenho de Paul Pogba para lançá-los foi essencial.
A própria partida também correu de forma mais fluida do que as finais anteriores. Foram somente 27 faltas cometidas. Em 2014, foram 36. Já em 2010, a Espanha foi campeã ao vencer a Holanda por 1 a 0 na prorrogação em confronto com 47 faltas.
Melhores jogadores
O croata Luka Modric foi eleito o melhor jogador da Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Ainda segundo a Fifa, o belga Eden Hazard foi o segundo melhor da competição, à frente do francês Antoine Griezmann. Modric foi também o melhor jogador do Mundial de Clubes de 2017, quando atuou pelo Real Madrid.
Camisa 10 do Real Madrid e da Croácia, ele vive um ano mágico. Há menos de dois meses, ganhava a Liga dos Campeões com atuações irreparáveis. O nível foi mantido para a Copa do Mundo e, apesar do vice-campeonato, conseguiu acertar 19 dos 21 dribles que tentou e ainda recuperar 31 vezes a bola.
Kylian Mbappé foi eleito o melhor jovem jogador da Copa do Mundo da Rússia. O atacante de apenas 19 anos coroou seu desempenho na competição com um gol no triunfo da seleção francesa. O gol na decisão do Mundial o tornou o mais jovem atleta a balançar as redes em uma final de Copa desde que Pelé anotou para ajudar a seleção brasileira a faturar o título em 1958.
3º e 4º lugares
A Bélgica venceu a Inglaterra por 2 x 0 e ficou com o terceiro lugar da Copa do Mundo 2018. Em uma partida movimentada, os belgas mostraram superioridade sobre o adversário durante toda a partida. Fizeram um gol logo no início e não tiveram problemas para segurar o ataque inglês. O terceiro lugar em 2018 foi a melhor colocação já alcançada pelo país em uma Copa. Antes, o melhor resultado havia sido um quarto lugar em 1986.
Os atletas da Inglaterra não demonstraram tristeza pelo quarto lugar e aplaudiram sua torcida no estádio, antes de deixarem o gramado.
Chuteira de Ouro
O atacante Harry Kane da Inglaterra, levou o troféu Chuteira de Ouro da Fifa, por ser o artilheiro da Copa do Mundo da Rússia. Autor de seis gols na Copa da Rússia, Kane deixou para trás o belga Lukaku, o russo Cheryshev, o português Cristiano Ronaldo e os franceses Griezmann e Mbappé, todos com quatro gols. Depois de 32 anos e pela segunda vez na história, a Inglaterra tem um artilheiro de Mundial.