PARIS ? A França deteve nos primeiros seis meses deste ano 165 suspeitos ligados ao terrorismo, o mesmo número que em todo o ano passado, informou nesta terça-feira o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve. Em agosto, sete suspeitos já foram presos, dos quais pelo menos três planejavam atentados.
Cazeneuve aproveitou uma entrevista coletiva ao lado do ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, para anunciar os novos números. Eles se encontraram em Paris durante a manhã para discutir assuntos de segurança.
As autoridades querem que a Comissão Europeia estude meios legais para obrigar operadoras de telecomunicações a excluir conteúdos ilícitos e decifrar mensagens criptografadas no marco de investigações judiciais.
Os dois terroristas que decapitaram um padre em uma igreja da Normandia em julho passado tinham usado mensagens criptografadas no aplicativo Telegram.
Além das prisões, a França expulsou estrangeiros considerados potencialmente perigosos por vínculos com redes islâmicas radicais. Em agosto, já foram quatro. Além disso, a França ordenou a expulsão de 13 imãs radicais neste ano, elevando o total para 83 desde 2012, de acordo com o Ministério do Interior.
Em alerta por ameaça terrorista, a França assistiu em um mês e meio a três ataques terroristas reivindicados pelo grupo Estado Islâmico, incluindo o ataque em Nice de 14 de julho, que deixou 86 mortos, mais de seis meses depois dos atentados de Paris de novembro de 2015, que mataram 130 pessoas.
Como medida de precaução, muitas festividades tradicionais, como os fogos de artifício de 15 de agosto, ou atividades culturais foram restringidas ou canceladas por todo o país.
