Cotidiano

Fracassa tentativa de conciliação entre sócios da Usiminas

SÃO PAULO – A reunião de conciliação entre os japoneses da Nippon Steel e os ítalo-argentino da Ternium/Techint, sócios majoritários da Usiminas, terminou sem consenso nesta tarde no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Os japoneses querem a anulação da eleição do presidente da siderúrgica, Sergio Leite, realizada em maio passado e entraram na Justiça. A Nippon chegou a propor, na semana passada, que a Justiça até indicasse um interventor até que a questão fosse resolvida, mas o pedido não foi aceito. O processo corre em segredo de Justiça.

Na semana passada, o diretor na Nippon, Yoichi Furuta, que também é membro do Conselho de Administração da Usiminas, falou publicamente sobre o assunto e disse que a escolha de Sergio Leite era “ilegal e irregular”.

Furuta afirmou que os sócios da Nippon da Usiminas, os ítalo-argentinos da Ternium-Techint divulgaram informações “que não correspondem” à verdade para justificar a troca do antigo presidente, Rômel Erwin de Souza. Segundo a Ternium, a gestão de Rômel era ruim e ele deveria ser substituído. O diretor da Nippon afirmou que a indicação do presidente da siderúrugica deve ser consensual, mas a Ternium e Nippon não chegaram a um consenso sobre o nome do presidente e a composiçao da diretoria.

— Rômel estava conduzindo a renegociação da divida da empresa com os bancos, não houve ilegalidade ou irresponsabilidades em sua gestão. Ao contrário, ele foi bem sucedido em seus esforços para reestruturação da Usiminas. Não havia sentido na sua substituição e surpreendentemente o presidente do Conselho, Elias Brito, indicado pela Ternium, aceitou os votos pela indicação de Leite. Foi uma decisão ilegal e irregular do Conselho de Administração, que violou o acordo de acionistas, e portanto a administração anterior deve voltar — afirmou Furuta.

Este é mais um capítulo de uma briga pelo poder entre os principais sócios da Usiminas, que já se estende há pelo menos dois anos. Por enquanto, não há saída à vista. Furuta disse que um acordo amigável seria muito melhor, mas existe uma diferença do modo de administrar e na forma de governança corporativa pretendidas pela Nippon Steel e pela Ternium.