Saúde

Fraca procura por vacinas pode determinar a volta de doenças já erradicadas

A Saúde lembrou que o Programa Nacional de Imunização é referência mundial quando o assunto é oferecer os imunizantes de forma gratuita por meio do SUS

Em uma semana, quase 400 mil crianças já foram vacinadas contra a poliomielite no Paraná. Isto representa 60% do público-alvo da campanha, que neste ano imuniza meninas e meninos menores de cinco anos de idade. A mobilização envolve mais de 2,2 mil unidades de saúde do Estado e segue até sexta-feira (31). 
Foto: Venilton Küchler/SESA
Em uma semana, quase 400 mil crianças já foram vacinadas contra a poliomielite no Paraná. Isto representa 60% do público-alvo da campanha, que neste ano imuniza meninas e meninos menores de cinco anos de idade. A mobilização envolve mais de 2,2 mil unidades de saúde do Estado e segue até sexta-feira (31). Foto: Venilton Küchler/SESA

Curitiba – De acordo com alerta da Sesa (Secretaria Estadual de Saúde), feito ontem (26), os baixos índices de adesão à vacinação contra doenças de fácil contágio, como hepatite, tuberculose, sarampo, difteria e poliomielite, têm causado muita preocupação. O problema é que algumas doenças já erradicadas e eliminadas, podem voltar a circular por conta da constante queda na cobertura vacinal.

A Saúde lembrou que o Programa Nacional de Imunização é referência mundial quando o assunto é oferecer os imunizantes de forma gratuita por meio do SUS. Mesmo assim, a taxa de cobertura vacinal, que é a responsável por prevenir essas doenças, vem caindo ano após ano, trazendo a possibilidade da volta desses agravos em todo o território brasileiro, inclusive no Paraná, por meio da exposição de pessoas não vacinadas.

O estado registrou queda no índice de vacinação geral, principalmente na faixa etária de crianças e de adolescentes nos dois últimos anos. A redução é resultado de uma tendência que atinge o Brasil desde 2015, mas que se acentuou com o início da pandemia da Covid-19. Diante desse contexto, a secretaria faz um alerta aos pais e responsáveis sobre a importância em manter a carteirinha de vacinação em dia.

 

Queda na imunização

Segundo a Sesa, pelo menos 10 vacinas administradas em crianças e adolescentes sofreram redução, entre elas a vacina BCG, que confere proteção contra a tuberculose e a vacina contra a poliomielite, que previne a paralisia infantil. O secretário de Estado da Saúde, César Neves, reforçou que a erradicação de algumas doenças trouxe a falsa ideia do desaparecimento total.

“Um bom exemplo disso é o sarampo que em 2018 voltou a circular no Brasil. O Paraná, que estava há mais de vinte anos sem registro da doença, teve um surto de 2019 a 2020 com mais de 1,7 mil casos confirmados”, detalhou. O Ministério da Saúde prevê que a cobertura vacinal considerada ideal é de no mínimo 90% para a BCG e Rotavírus e de 95% para os outros imunizantes do calendário vacinal. No entanto, a vacina da Hepatite B, que é aplicada logo após o nascimento, teve uma queda de mais 55% na aplicação. Os dados mostram que em 2021 a cobertura estava em 57,18%, e em 2015 foi de 88,74%.

Outra vacina que é aplicada logo ao nascer e protege contra a tuberculose, a BCG, registrou, em 2015, uma adesão de 100% da população infantil. Em 2021, a cobertura caiu para 77,23%, uma redução de mais de 20 pontos percentuais.

A Tríplice Viral, responsável pela proteção contra o sarampo, caxumba e rubéola, é aplicada aos 12 meses de idade. A cobertura vacinal foi de 90,55% em 2015, e no ano passado, a adesão foi de 82,45%.

A Pentavalente, que é aplicada aos dois, quatro e seis meses e protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus Influenzae B teve uma baixa de quase 20 pontos percentuais.

 

Foto: AEN

 

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Dia estadual de conscientização traz o alerta sobre os riscos da hanseníase

 

Curitiba – Nesta quinta-feira (26) foi dedicado ao Dia Estadual de Conscientização sobre a Hanseníase e, aproveitando a data, a Secretaria de Estado da Saúde redobrou a atenção, mobilização e combate à doença, ressaltando a importância do diagnóstico precoce. O tratamento é oferecido de forma gratuita pelo SUS. Apesar da diminuição do número de casos nos últimos anos no Paraná, somente em 2021 foram mais de 410 novos diagnósticos e desde o início deste ano mais de 87 pessoas foram diagnosticadas com a doença.

O Brasil está em primeiro lugar no mundo em incidência de hanseníase e em segunda posição em número absoluto de casos, atrás apenas da Índia, que tem mais de 1,3 bilhão de habitantes. Hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, de evolução crônica. Atinge principalmente a pele, as mucosas e os nervos periféricos, com capacidade de ocasionar lesões neurais. A hanseníase tem cura e cessa a transmissão assim que iniciado o tratamento.