Cotidiano

Foz passa por epidemia de leishmaniose canina

Município tem cerca de 59 mil cães, isso sem contar os de rua

Foz do Iguaçu – O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Foz do Iguaçu já registrou 746 casos diagnosticados de leishmaniose canina de janeiro até primeira quinzena de outubro. Em 2016 foram 1.057 confirmados; em 2015, 800 registros.

Além de causar o sofrimento e a morte de cães, a doença atinge humanos. Em 2016 houve cinco casos de humanos com a doença, dos quais dois morreram. Este ano três pessoas contraíram a moléstia. Ressalta-se que ela é uma comorbidade (as vítimas fatais tinham outras enfermidades associadas, agravadas pela leishmaniose).

veterinário do CCZ, Carlos Santi, alerta sobre o ambiente favorável para o surgimento de casos novos e permanência da doença no Município. Um dos motivos para a epidemia está ligado à própria população, que não tem tomado as medidas certas para combater a doença. “As pessoas acumulam nos terrenos muita matéria orgânica em decomposição, como folhas de árvores. Hoje estamos numa situação bastante crítica, epidêmica mesmo”, afirma o profissional.

É importante manter os terrenos limpos, sem lixos e entulhos, além de utilizar repelentes em humanos e coleiras anti-inseto em cães. Recomenda-se evitar áreas de concentração do mosquito principalmente ao entardecer e utilizar inseticidas específicos em áreas de concentração de mosquitos.

Dois terços

O total de 746 registros toma como base os exames feitos em laboratório. O número representa dois terços dos cães levados ao CCZ para fazer o teste (e provenientes de clínicas particulares). Ou seja, dois a cada três animais examinados deram positivo para a doença.

esse é um universo de animais com sintomas sugestivos da doença. Ou seja, a amostra é inadequada para precisar o índice dentro da população total de cães do Município. O último censo realizado por ocasião da campanha antirrábica de 2015 revelou aproximadamente 59 mil cães, isso sem contar os de rua.

“Esse retrato é influenciado pela demanda e pela capacidade de realização dos exames do CCZ. O ideal seria fazer testes em todos os animais (ou ao menos dos sintomáticos), mas não temos capacidade técnica nem testes rápidos (fornecidos pelo Estado)”, lamenta Santi.

Em caso de suspeita ou dúvidas, a orientação é procurar uma clínica veterinária ou o Centro de Controle de Zoonoses. Telefome: (45) 3524-8848.