Política

Fossas voltam a ser debatidas

Ao que tudo indica, o “mau cheiro” provocado pelos gastos com limpezas de fossas ainda não foi dissipado das contas da gestão passada da Prefeitura de Cascavel e os pagamentos a terceirizadas voltam a ser averiguados pelo vereador Celso Dal Molin (PR).

O ex-secretário de Saúde, Reginaldo Andrade, esteve na tribuna para responder a questionamentos do parlamentar, que já havia levantado irregularidades que resultaram em uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) encerrada em agosto do ano passado. A conhecida CPI das Fossas constatou pagamentos sem que fosse possível comprovar os serviços em escolas e Centros Municipais de Educação Infantil. O caso é investigado pelo Ministério Público.

Agora, Dal Molin concentra-se nos gastos com limpezas de fossas em Unidades Básicas de Saúde de 2013 a 2016. O vereador aponta que três empresas prestaram o serviço no período – todas da mesma família – e as notas enviadas pelo Município são incompletas. No período foram 56 empenhos registrados e 24 foram analisados pelo parlamentar. Das 82 notas existentes, 30 não foram entregues – que segundo Dal Molin prejudica análise. Andrade afirmou que os gastos estavam regulares, obedecendo as licitações. “Os pagamentos correspondem a serviços que foram feitos. Talvez o pedido de documentação do vereador não tenha sido completo, envolvendo todas as unidades”, afirma Andrade.

Valores altos

Os valores pagos chamaram a atenção do parlamentar: no caso da UBS do Bairro Guarujá, conforme Celso Dal Molin, a coordenação reconheceu R$ 740 em dez serviços de desentupimento – o montante pago foi de R$ 6.330. Já em relação a UBS do São Cristóvão foram 29 desentupimentos em apenas um dia. Já quando houve a alteração da forma de pagamento, para horas-técnicas – os valores também levantaram suspeitas: na UBS do Bairro Floresta foram 350 horas-técnicas, totalizando R$ 22.820, mais R$ 1,3 mil para troca de ralos. “É impossível chegar a esse valor para esse serviço. Verificamos profissionais e eles mesmos disseram isso”, afirma Dal Molin. Reginaldo Andrade rebate dizendo que o serviço foi muito além. “Havia o entupimento dos canos de esgoto das cadeiras odontológicas. Foram trocados os canos. Não adiantaria apenas desentupir”.