Cotidiano

Força-tarefa monitora candidatos apoiados por tráfico e milícia no Rio

2016 937240900-201609081038570643.jpg_20160908.jpgRIO – O procurador regional eleitoral no Rio, Sidney Madruga, afirmou nesta quinta-feira que uma força-tarefa composta pelas polícias civil, militar e federal está mapeando e monitorando candidatos supostamente apoiados por grupos ligados ao tráfico e à milícia. O esforço tem como objetivo coibir o financiamento de campanha com recursos ilícitos.

? Ficou acertado que essas pessoas que eventualmente recebem uma subvenção criminosa sejam monitoradas por setores de inteligência. Porque um candidato apoiado por um grupo criminoso, fonte de arrecadação dele também é criminosa. Se comprovada que a fonte de recursos de arrecadação para a campanha dele é milícia ele poderá sofrer uma sanção de cassação do diploma inclusive se eleito ? afirmou Madruga, após reunião com membros dos órgãos de segurança do estado.

Madruga ressaltou que há investigações avançadas sobre o tema. Caso comprovada a fonte ilícita, os promotores eleitorais poderão pedir a impugnação da candidatura até 30 dias depois da eleição. As denúncias recebidas pela Procuradoria Regional Eleitoral sobre organizações criminosas serão repassadas aos três órgãos de polícia, e vice-versa.

? O papel do Ministério Público é impedir juridicamente, judicialmente que criminosos ascendam à política de forma ?pseudolegítima?, através de financiamento com dinheiro sujo, ou mesmo legítima, com a votação popular ? defendeu.

DOAÇÕES DE SERVIDORES SOB INVESTIGAÇÃO

O procurador disse ainda que há diversas denúncias no estado de servidores públicos sendo coagidos a fazer doações a candidatos a prefeito ou a vereadores. Os casos já estão sendo apurados pelo Ministério Público Eleitoral, e a recomendação é que os promotores verifiquem a capacidade econômica dos doadores a partir do contra-cheque ou até mesmo quebra de sigilo fiscal.

? Essa é uma questão grave. Isso tem se repetido em algumas prefeituras no interior do estado. É preocupante você ver o servidor público sendo obrigado a doar a determinados candidatos. Isso é efetivamente crime, constrangimento ilegal com viés eleitoral que pode redundar na cassação e inegibilidade desse candidato. Afora um ato de improbidade administrativa e outros crimes comuns que ele responderá ? ressaltou Madruga. ? Aquele servidor que não comprovar capacidade econômica para doar, com certeza haverá indício de que está recebendo ilegalmente, o que pode se caraterizar até como lavagem de dinheiro ou caixa dois.