Policial

Força-tarefa fecha o cerco ao crime

São Miguel do Iguaçu – A fiscalização que já estava acirrada nas rodovias fica ainda mais intensa a partir de agora. A promessa é que será cada vez mais difícil um transporte de contrabando ou de drogas passar despercebido da fronteira do Paraguai para o Brasil.

É que mais de 400 homens de diversas forças policiais estão envolvidos na Operação Muralha, lançada oficialmente ontem, que segue até 26 de junho, a princípio. Um ponto fixo foi montado um pouco antes da praça de pedágio de São Miguel do Iguaçu para quem vem de Foz a Cascavel, na BR-277.

Participam da força-tarefa agentes da Receita Federal, da Polícia Federal, da PRF (Polícia Rodoviária Federal), do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), das Polícias Militar e Civil, do Departamento de Inteligência do Paraná e do Ministério Público Estadual.

Vigia aéreo

Durante o lançamento oficial, o helicóptero da Receita Federal – que será usado nas operações – pousou no meio da BR-277, rodovia que será principal ponto da ação das forças. A fiscalização será feita via terrestre, aérea e também por água, esta com embarcações especiais da Marinha para evitar a ação de criminosos, que, por meio de portos clandestinos, atuam fortemente no contrabando de cigarros.

A intenção é coibir toda e qualquer forma de transporte de produtos ilícitos que ingressem no Brasil. “É uma época propícia para fazermos uma operação conjunta. Temos enfrentado quadrilhas em toda a região e somos conhecidos por ser rota para passagem desses produtos, que abastecem o crime organizado. A Operação chega com previsão de durar 60 dias, mas poderá ser estendida”, adianta o delegado da alfândega da Receita Federal em Foz do Iguaçu, Rafael Dolzan.

Primeiros momentos

Já durante o lançamento da operação a polícia começou a abordagem de veículos e o tráfego ficou lento na rodovia. Carros, caminhões e ônibus foram abordados. Logo nos primeiros minutos da ação, dois ônibus foram apreendidos. Um deles fazia turismo clandestino e não tinha autorização para circular. O outro estava com mais de dez anos de uso e deveria ser coletivo de linha não um veículo utilizado para longas viagens. Juntos, os veículos carregavam mais de 50 passageiros.

Eletrônicos com origem ilegal também foram recolhidos e eram poucos os carros que passavam sem ser revistados pela força-tarefa.

Para garantir uma operação segura, a colaboração do Exército, com homens e armamento, também será necessária ao longo da ação. “Nosso trabalho prioritário é com relação à segurança dos integrantes das demais agências. Porém, também realizaremos revistas por conta própria e nossa maior preocupação é com relação ao tráfico de armas, de drogas e de munições, além de explosivos”, afirma o comandante da 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada, general Robert Alexandre Eickhoff.