Cotidiano

Força do agronegócio ameniza efeitos da crise na região Oeste

O setor foi o único que, em 2015, apresentou superávit, de 1,8%

Cascavel – O agronegócio não se cansa de provar que é um dos pilares do Brasil que dá certo, que trabalha, produz e gera oportunidades. O setor foi o único que, em 2015, apresentou superávit, de 1,8%, índice dos mais expressivos diante do recuo do PIB (Produto Interno Bruto) em 3,8%.

O setor das commodities valorizadas protege algumas áreas onde a atividade é mais expressiva. Exemplo é o que acaba de mostrar pesquisa da Fecomércio, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná. Enquanto as vendas de janeiro de 2016 em comparação com igual período de 2015 recuaram 16,27%, no Oeste o crescimento foi de 1,26%.

Analistas afirmam que a situação diferenciada da região se deve em função do sucesso do agronegócio, principalmente da forte valorização do dólar frente ao real – durante muitas semanas acima dos R$ 4.

O presidente da Caciopar, Sergio Marcucci, entende que medidas adotadas pelo comércio, como promoções e outras facilidades aos consumidores, também contribuíram para que o índice fosse positivo. Segundo o estudo da Fecomércio, os setores no Oeste com os melhores resultados nos períodos pesquisados foram: confecções (29,8%), materiais de construção (27,2%), óticas, cine e som (16,8%) e calçados (14,1%).

O feito do Oeste pode ser medido por um indicador simples, mas impressionante. Enquanto cresceu 1,26%, outras regiões tiveram reduções expressivas: Ponta Grossa -7,7%, Maringá -9,7%, Sudoeste -10,4%, Litoral -16,7%, Região Metropolitana e Curitiba -20,2% e Londrina, retração de 20,3%.

Na média das regiões pesquisadas, o recuo da atividade econômica foi de 16,2%. Também na média, apenas dois setores cresceram no Estado – vestuário e tecidos 3,2% e materiais de construção, com 1,7%.

As maiores quedas ficaram com os ramos de móveis, decoração e utilidades domésticas, com 30,8%, veículos com 29,9% e lojas de departamentos, com 28,6%. O número de funcionários do varejo caiu 6,75% em janeiro ante o mesmo de 2015. Além das demissões, a folha de pagamento encurtou 7,66%.

Produção industrial cresceu 2,2% no PR

A produção industrial cresceu em oito dos 14 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística na passagem de dezembro de 2015 para janeiro. As principais altas foram registradas em Santa Catarina (3,7%) e no Pará (3,3%), de acordo com dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional.

Outros seis locais tiveram avanços nesse tipo de comparação: Bahia (2,6%), Rio Grande do Sul (2,5%), Ceará (2,4%), Paraná (2,2%), Região Nordeste (1,5%) e São Paulo (1,1%). Seis estados tiveram queda na produção, apesar do avanço da média nacional, de 0,4%: Pernambuco, Amazonas e Espírito Santo (os três com recuo de 2,1%), Rio de Janeiro (com decréscimo de 1,5%), Goiás e Minas Gerais (ambos com queda de 1%).

Na comparação com janeiro de 2015, 12 dos 15 locais pesquisados tiveram queda na produção, sendo as mais intensas verificadas no Amazonas (-30,9%), Pernambuco (-29,4%) e Espírito Santo (-26,3%).

Apenas três estados tiveram alta: Pará (10,5%), Bahia (10,3%) e Mato Grosso (9,3%). No acumulado de 12 meses, houve queda também em 12 dos 15 locais pesquisados, com destaque para Amazonas (-18,4%), São Paulo (-11,7%) e Rio Grande do Sul (-11,3%). Três estados tiveram aumento da produção: Mato Grosso (4,8%), Pará (4%) e Espírito Santo (0,6%).