Cotidiano

FMI: EUA devem acelerar crescimento em 2017

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WASHINGTON – O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou nesta terça-feira suas novas projeções para os Estados Unidos, que, como lembrou a organização, estão em seu sétimo ano seguido de crescimento econômico. De acordo com o documento, a pequena retração dos últimos dois trimestres reflete uma desaceleração dos investimentos em energia, motivada pela queda do preço do petróleo e pela valorização do dólar, que dificultam as exportações do país. Mas, por outro lado, o organismo vê um crescimento ?saudável? do mercado imobiliário e a redução dos níveis de desemprego para os patamares de antes da crise financeira global de 2008.

?Com a esperada recuperação dos indicadores de atividade para o segundo trimestre deste ano, a economia deve crescer 2,2% em 2016 e 2,5% em 2017, valores acima do potencial do país?, afirma o documento, que lembra que a renda média disponível das famílias está crescendo 3% ao ano.

A taxa de desemprego, que estava em 5,3% no ano passado, já chegou a 4,9% neste ano e deve terminar em 4,8% no ano que vem, até atingir o piso de 4,6% em 2018. A inflação deve ser de 1,1% neste ano e subir para 2,4% em 2017, mas em um patamar que não preocupa o FMI, que vê, a longo prazo, os preços subindo abaixo de 2%, ou seja, dentro da meta do FED (o banco central americano). Mas há incertezas no cenário:

?Diante da incerteza em torno das implicações do referendo no Reino Unido (que decidiu pela saída da União Europeia) e da contínua volatilidade do mercado financeiro, uma nova apreciação do dólar é possível. E há também riscos sobre o valor do petróleo?, afirma o documento, destacando que isso poderia afetar o consumo e os investimentos no setor energético.

Essas incertezas também devem delimitar o aumento da alta de juros nos EUA. Segundo o FMI, a normalização das taxas de juros, muito baixas desde a crise de 2008 para tentar animar a recuperação econômica, depende de dados mais efetivos da economia, e as autoridades monetárias precisam ?proceder cautelosamente? nesta alta gradual dos juros. Nem mesmo uma alta temporária da inflação pode preocupar as autoridades financeiras do país, afirma o Fundo.

No longo prazo, o FMI indica que o país precisará debater a questão da aposentadoria, do envelhecimento de sua infraestrutura básica e da redução de ganhos de produtividade. ?Se não forem controladas, estas forças vão continuar a reduzir o crescimento potencial e real, diminuir os ganhos nos padrões de vida e agravar a pobreza?, alerta o relatório.