Esportes

Fluminense sofre, mas vence e segue na Copa do Brasil

RIO – Os termômetros marcavam seis graus quando a bola começou a rolar na noite de
ontem, no Colosso da Lagoa, em Erechim(RS), e a meteorologia esperava
temperaturas próximas de zero na madrugada: um prenúncio de que o Fluminense ia
sofrer para não entrar em uma fria. Com o empate em 1 a 1 no jogo de ida, em
Volta Redonda, o Ypiranga tinha a vantagem da classificação para as oitavas de
final da Copa do Brasil em caso de empate sem gols. O resultado, que
classificaria o time gaúcho, se manteve até os 29 minutos da segunda etapa,
quando Cícero abriu o caminho para a vitória por 2 a 0. Agora, o Fluminense terá
pela frente o Santos na próxima fase da competição.

Com um sistema defensivo bem montado, que suportou bem os quase 70% de posse
de bola do Tricolor, Ypiranga ainda levou perigo ao gol de Diego Cavalieri em
jogadas de contra-ataque, com o arisco João Paulo. Sem conseguir infiltrações, o
tricolor abusava dos chutes de longa distância. Primeiro, com Cícero, aos 16
minutos. Do lado direito, livre de marcação, o meia se precipitou e chutou por
cima do gol. No minuto seguinte, desta vez, do outro lado, voltou a desperdiçar
a posse de bola.

A melhor chance da primeira etapa saiu dos pés de Gustavo Scarpa, aos 25. A
bola quicou na área e, por pouco, não surpreendeu o goleiro Carlão, que espalmou
para escanteio. Paciente, o Ypiranga não se desesperava sem a bola. O time da
casa surpreendeu aos 30 minutos, com bom passe de Daniel para João Paulo, que
sairia de frente para o goleiro tricolor, mas a arbitragem assinalou
impedimento.

Na volta para a segunda etapa, o técnico Levir Culpi apostou em reforçar o
setor ofensivo para desestabilizar a defesa adversária, e substituiu o meia
Edson pelo atacante Edson. A mudança surtiu efeito e o Fluminense passou a
chegar com mais perigo, mas oferecia muitos espaços. O bom público que compareceu ao estádio via as equipes trocarem
boas oportunidades, embora o Fluminense fosse mais objetivo.

A insistência foi premiada com uma jogada que não teve tempo para ser
treinada. Após falta cobrada por Gustavo Scarpa, o estreante Henrique Dourado
lançou para o reserva Renato Chaves, que começou jogando. De cabeça, ela apenas
ajeitou para Cícero escorar para o fundo das redes e tranquilizar o
torcedor.

O gol serenou os ânimos do Fluminense, que passou a jogar menos nervoso e,
aos poucos, criava mais chances. Gustavo Scarpa voltou a aparecer de modo
decisivo aos 37 minutos, quando cruzou do lado esquerdo, na cabeça de Magno
Alves, que mandou a bola no ângulo esquerdo, sem qualquer chance para o goleiro
Carlão, e selou o destino das equipes.