Esportes

Fluminense contesta reportagem do Globo sobre lista com erros e até sócio morto

11009654783_f46f2ba039_k.jpgO Fluminense enviou à Redação do GLOBO uma nota em que contesta as informações na reportagem sobre erros na lista de sócios do clube, de autoria de Gian Amato, publicada nesta quarta-feira.

Atendendo ao pedido do clube, divulgamos a nota de esclarecimento do Fluminense, a qual se subdivide em quatro pontos.

A seguir, vêm as observações da Editoria de Esportes do GLOBO. ELEIÇÕES NO FLUMINENSE 15-11

“Nota de Esclarecimento

Em relação à matéria intitulada ?Problemas na lista do Fluminense seguem, com sócio morto apto a votar?, ?http://oglobo.globo.com/esportes/problemas-na-lista-do-fluminense-seguem-com-socio-morto-apto-votar-20523603?, o Fluminense Football Club vem prestar alguns esclarecimentos, em razão da veiculação de informações equivocadas que não retratam a realidade dos fatos e comprometem a integridade de seu processo eleitoral.

1. Diferentemente do noticiado, não houve ?erros na lista de sócios autorizados a votar para presidente do Fluminense?. A lista final só foi entregue no último dia 21, após o registro das chapas, tendo sido divulgado apenas, por mera liberalidade do Clube, um cadastro preliminar dos sócios aptos a participar da eleição. Foi informado que o referido cadastro não era oficial nem igual ao que seria enviado ao TRE, razão pela qual os candidatos deveriam esperar o registro das respectivas chapas para obter a lista final, pois o sócio-futebol inadimplente por mais de três meses deve ser excluído do cadastro, conforme o art. 9º do Estatuto. A propósito, sobre o corte de ?1.295 sócios que estariam em situação irregular? e de outros casos supostamente conflitantes, o Clube esclarece que, na verdade, o número correto são 1.000 sócios, em razão de inadimplência, sem qualquer relação com a reportagem veiculada pelo O Globo.

2. Quanto à afirmativa de que a lista continha ?até sócio morto listado como apto?, o clube esclarece que, na categoria de sócio proprietário isento de taxa de manutenção, é obrigatório que a família do detentor do título comunique formalmente o falecimento do titular, caso contrário o clube não pode dar baixa no respectivo título, muitas vezes objeto de inventário. Tal fato, porém, não cria brechas para fraudes e inconsistências, já que o eleitor deverá apresentar documento de identidade oficial com foto ao mesário. Todo esse controle e o próprio processo eleitoral serão acompanhados por fiscais das chapas e pelo Ministério Público.

3. Em relação à assertiva do candidato Mário Bittencourt de que ?os atuais gestores do tricolor tiveram tempo para evitar que erros como esse acontecessem às vésperas da eleição?, há viés claramente político, pois o responsável pelo controle do departamento de TI era o ex-vice-presidente Marcelo Porto, contrário ao projeto de recadastramento dos sócios para atualização de dados, que renunciou à vice-presidência em outubro deste ano para ser um dos maiores apoiadores de sua candidatura.

4. Por fim, diferentemente do noticiado, os sócios da categoria futebol com menos de 3 meses (e não 2 meses) de inadimplência podem quitar e votar, podendo aqueles, em caso de dúvida, obter informações pelo e-mail [email protected] e através do site sociofutebol.com/aptos.

O Fluminense Football Club reitera seu compromisso com a lisura e transparência do maior processo eleitoral de sua história.

Atenciosamente,

Felipe Sisley,

Advogado”

Seguem as observações da Redação:

1. A reportagem do GLOBO sabia que a lista entregue era preliminar, conforme sublinhou em reportagem do dia anterior, em que noticiamos os 1.295 inaptos a votar. Naquele momento, o clube nos respondeu que faria as devidas correções na lista – o que foi publicado. Causa surpresa que agora o Fluminense diga que não há qualquer relação com a reportagem. Demos ainda ao Fluminense todo espaço para explicar as razões dos problemas, e em nenhum momento tais problemas foram tratados como atos de má intenção, e sim como equívocos da lista que uma eleição transparente não se furtaria a resolver.

2. Tudo isto consta da reportagem. Infelizmente, a família do Ziul Andueza, sócio-proprietário isento de taxa morto em 1997, afirmou à reportagem que o óbito dele foi comunicado ao clube, e ainda assim o nome dele permanece na lista..

3. A afirmação pertence ao âmbito da política do clube, não cabendo a nós respondê-la.

4. Ao tratar de inadimplência, a matéria afirma: “Os sócios da categoria futebol com menos de dois meses de inadimplência também podem quitar e votar. Os que tiverem três meses estão inaptos”.