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Flamengo vence a sexta no ano: 1 a 0 no América-MG

20170216224508_123.jpgNão era de se esperar uma grande atuação do Flamengo, com um time todo modificado. De fato, não se viu nada exuberante, apenas o bastante para bater o América-MG, no Gama, por 1 a 0, pela Primeira Liga. E para manter os 100% de aproveitamento nos seis jogos oficiais de 2017.

O primeiro tempo do Flamengo, de tão desajustado que se exibiu o time, conduz a uma reflexão que não diz respeito apenas ao rubro-negro, mas ao futebol brasileiro como um tudo: é tudo ou nada. Titulares toda quarta e domingo, até que o fôlego acabe, ou um time praticamente inteiro de reservas. Entre as duas realidades, há um meio termo quase sempre inexplorado.

Num período em que tem pela frente América-MG e Ceará, pela Primeira Liga, além do Madureira, numa Taça Guanabara em que disputa apenas o primeiro lugar do grupo, o Flamengo parecia se colocar diante da ocasião perfeita para descansar jogadores. Desde que o ano se iniciou, jogou com titulares seguidamente. E Zé Ricardo o fez, mas optou por escalar nove suplentes: as exceções foram o goleiro Alex Muralha e Éverton.

O futebol brasileiro raramente pratica o rodízio, a gestão gradual dos jogadores desgastado, alternando o uso de suas peças especialmente em momentos da temporada como o dos Estaduais, contra adversários mais frágeis. Ou na própria Primeira Liga, de menor repercussão. Gol do Gabriel

A inserção de um reserva num time minimamente composto permite a análise inidividual que não seja atrapalhada pela falta de senso coletivo. Mas o Flamengo do primeiro tempo impedia até conclusões claras sobre opções do elenco, com a opção por um time quase inteiro de reservas, gerando uma série de desencontros, pouca articulação. O gol de Gabriel, após passe de Berrío para a área, foi um raro bom momento. Pouco antes do intervalo, o jogo se desenrolou mais perto da área rubro-negra, obrigando Alex Muralha a trabalhar. Errando demais a saída de bola, o Flamengo não progredia.

Uma observação que Zé Ricardo tentou fazer foi alternar entre o 4-3-3, com o colombiano Berrío aberto na direita e Gabriel como meia, na vaga de Diego, e o 4-4-2, com Berrío juntando-se a Leandro Damião para formar uma dupla de ataque. Como o time produzia pouco, a análise ficava comprometida. Para piorar, Berrío saiu no intervalo, com dores no adutor esquerdo. Damião, que levou uma pancada no tornozelo, também foi retirado do jogo. E o Flamengo do segundo tempo era um time ainda mais modificado, com Adryan e Cafu em campo.

A expulsão de Gérson Magrão, de curta passagem pelo Flamengo, entregou definitivamente ao rubro-negro o controle das ações. Mas não a capacidade de penetração e de criação de chances para finalizar. Uma das melhores oportunidades foi num chute de longe de Adryan. Desfigurado, o Flamengo perdia consistência a ponto de terminar o jogo levando sustos e de fazer Zé Ricardo colocar Léo Duarte como terceiro zagueiro.