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Flagrado no antidoping por uso de cocaína, Tyson Fury diz estar em depressão

O atual campeão dos pesos-pesados da Associação Mundial de Boxe (WBA) e da Organização Mundial de Boxe (WBO), flagrado no exame antidoping, em 22 de setembro, por uso de cocaína, pode perder os dois cinturões. Este, porém, não é o principal problema do pugilista, que admitiu, em entrevista à revista “Rolling Stone”, estar lutando contra a depressão.

O boxeador britânico, descendente de uma família de nômades e conhecido como o “Rei dos Ciganos”, alega estar sofrendo uma perseguição por conta de suas origens. Sem lutar desde novembro de 2015, quando derrotou o russo Wladimir Klitschko e unificou os cinturões da WBA e da WBO, Fury afirmou à Rolling Stone estar sem vontade de viver.

– Eu fiz muitas coisas na minha vida. Usei muita cocaína. Muita. Por que eu não deveria usar? É minha vida, não é? Posso fazer o que quiser. Não é uma droga que melhora o desempenho. Não tenho permissão para ter uma vida agora? Eles querem tirar de mim a vida pessoal? Não tenho ido a um ginásio há meses, não tenho treinado. Estive passando por uma depressão. Eu apenas não quero mais viver. Estou farto disso. – desabafou o boxeador.

Fury considera que a fama obtida após a vitória sobre Klitschko iniciou uma onda de perseguição contra ele. O pugilista declarou que, mesmo com os cinturões unificados, nunca se sentiu respeitado como um campeão, e considera que, além da origem nômade, sua personalidade forte também é uma dos fatores responsáveis pela rejeição ao seu nome.

– Desde que ganhei um pouco de fama por ir bem existe uma caça às bruxas sobre mim por causa das minhas origens. Há um ódio aos nômades e ciganos ao redor do mundo, especialmente no Reino Unido. Eu tive de lutar contra um dos maiores campeões da história. Eu finalmente me sobressaí, venci e sou tratado como merda. Eles tentaram me tirar do boxe, porque não podem me controlar, não podem me contratar. Não estou à venda – disse.

Atualmente com 130kg, Fury admitiu que abandonou os treinos há meses, e classificou o meio do boxe como corrupto. Além do consumo de cocaína, o pugilista também confessou o vício em álcool.

– É uma loucura isso que está acontecendo, mas escute, eu realmente não me importo. Eles venceram, conseguiram o que queriam. Estou gordo como um porco. Estou com uns 130kg. Estive fora. Tem sido um desastre emocional. Para ser honesto, eu não vou a um ginásio há meses. Estive bebendo, qualquer coisa para tirar o que está acontecendo. É muito corrupto (o meio do boxe). As pessoas dentro do boxe sabem o que está acontecendo – lamentou o boxeador.