Esportes

Final dos Jogos Abertos não vai mais acontecer

O cancelamento não pegou de surpresa as cerca de 4,5 mil pessoas envolvidas, dentre elas 3.887 atletas

Cascavel – Confirmada até a noite de terça-feira, a fase final da 59ª edição dos Japs (Jogos Abertos do Paraná) foi oficialmente cancelada na manhã de ontem em decisão conjunta da Secretaria de Estado de Esporte e Turismo e da Secretaria Municipal de Esporte de Guarapuava, sede da competição que estava marcada para ocorrer de amanhã até o próximo dia 29.

O cancelamento não pegou de surpresa as cerca de 4,5 mil pessoas envolvidas, dentre elas 3.887 atletas. Organizadores, árbitros, dirigentes, treinadores e competidores das 395 equipes de 63 municípios que estavam inscritos nos Jogos já trabalhavam com essa possibilidade por conta da ocupação dos colégios estaduais de todo o Paraná, o que impede o alojamento das delegações para os Japs.

De acordo com o chefe regional de esporte em Guarapuava, Edson Pereira de Andrade, a reviravolta se deu com a ocupação do campus Cedeteg da Unicentro (Universidade Estadual Centro-Oeste).

“O município havia disponibilizado cerca de 1.500 vagas para alojamento e contávamos com o Cedeteg para as outras cerca de mil vagas necessárias. E tínhamos o posicionamento favorável dos estudantes quanto a isso até a noite de terça-feira, mas parece que ‘forças ocultas’ os fizeram mudar de ideia e ocupar o campus na manhã seguinte”, explicou Edson.

A ocupação do Cedeteg foi definida em assembleia no início da noite de terça, horas antes de outra assembleia ter deliberado sobre a não ocupação do campus.

SEET: “Prejuízo é de todos”

O cancelamento da 59ª edição dos Jogos Abertos não foi lamentado apenas por esportistas paranaenses. De acordo com o chefe da Região 10 da SEET, em Guarapuava, Edson Pereira de Andrade, “o prejuízo é de todos”.

“Sem contar os municípios que já realizaram licitações para o transporte, a contratação de atletas e de todo o investido durante o ano em preparação para os Jogos Abertos, imagine o quanto a cidade sede deixou de arrecadar. Apenas no refeitório dos Jogos seriam servidas 1.200 refeições diariamente, com produtos oriundos de mercados locais. Isso sem falar da perda incalculável para atletas e treinadores que trabalharam durante todo o ano para representar bem seus municípios, além de esforços de prefeitos e secretários para manter as equipes competitivas, com participação em outras competições preparatórias”, afirmou.

Em um cálculo rápido, levando em conta que cada um dos 4,5 mil inscritos nos Jogos Abertos gastasse ao menos R$ 50 no comércio de Guarapuava durante os nove dias de competição, mais de R$ 220 mil deixarão de ser injetados na cidade.