Saúde

Fila de espera de internamentos dobra em dez dias e pode anunciar a 3ª onda

Em uma semana, a demanda por internamentos dobrou, e a partir de então só cresceu

Fila de espera de internamentos dobra  em dez dias e pode anunciar a 3ª onda

Cascavel – Em março, o Paraná viu a explosão de internamentos anunciar a segunda onda da pandemia, a mais letal. Em uma semana, a demanda por internamentos dobrou, e a partir de então só cresceu. Na época, o Estado tinha 1.365 leitos de UTI SUS, dos quais 92% estavam ocupados. Hoje, já são 1.889, e 95% ocupados. Mesmo com uma rápida expansão de leitos (foram mais de 1.300, no total), o Estado viu a rede de saúde colapsar. Se o cenário se repetir, não existem mais opções de abertura. Ou seja, a situação será muito pior que o horror vivido em março e abril.

O pico da segunda onda começou a se acalmar na segunda metade de abril e o Estado vive o chamado “platô”, contudo, em um nível muito alto e perigoso.

O secretário de Saúde, Beto Preto, disse que o Estado não iria fechar leitos, mesmo com um possível abrandamento da pandemia, para não ser “pego de surpresa” novamente. As alas Covid permaneceram cheias, com as UTIs mantendo acima de 90% de ocupação. O que caiu foi a espera por internamentos. Situação que começa a mudar. No dia 2 de maio, havia 279 pessoas na fila, sendo 139 para UTI. Ontem, já eram 577 e 243, respectivamente, enquanto havia 91 leitos de UTI “vagos”.

Para se ter uma ideia do quadro preocupante, desde a metade de abril, os casos ativos (com capacidade de transmissão do vírus) não param de crescer. Saltaram de 230 mil para recordes 264.589 ontem. No ano, a alta é de 164%.

A média móvel (de sete dias) de casos passou de 1.792/dia em 1º de janeiro para 3.724 em 1º de março, havia caído para abaixo de 3 mil e agora voltou para 3.441/dia, 24% maior que há 14 dias. Já a média móvel de mortes era de 37 na virada do ano, chegou a 118/dia em 19 de março, e agora está em 68/dia, 33% menos que há duas semanas, mas quase o dobro de janeiro.


Ratinho Júnior conhece detalhes das medidas restritivas do oeste

Foz do Iguaçu – O governador Ratinho Júnior conheceu nessa quarta-feira (12) detalhes das medidas determinadas pelas nove cidades do extremo oeste na prevenção da covid-19. “Estamos muito preocupados. Mesmo com a vacinação, as medidas sanitárias devem continuar”, disse o governador Ratinho Junior ao prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro.

Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu, Itaipulândia, Medianeira, Missal, Serranópolis do Iguaçu, Ramilândia e Matelândia fazem parte da estrutura de atendimento da 9ª Regional de Saúde e decidiram adotar medidas restritivas a partir deste fim de semana para reduzir a contaminação e as hospitalizações. A região está com os hospitais superlotados e vendo a contaminação crescer. Em Foz, por exemplo, o número de casos ativos dobrou em maio, passando de 344 para 682 ontem.

Chico Brasileiro relatou ao governador que a decisão foi tomada de forma conjunta pelas nove cidades e demandas da região já foram apresentadas ao Ministério da Saúde, em Brasília. O prefeito pediu que o número de vacinas contra a covid-19 seja proporcional aos moradores que são atendidos na cidade, que podem duplicar a população de 255 mil habitantes. Também pediu mais insumos para testes.

Nos nove municípios da região, são quase 50 mil casos da doença desde o início da pandemia e quase 1.100 óbitos. “Ao flexibilizarmos as medidas restritivas, o número de casos voltou a subir e a preocupação é viver novamente o que vivemos em março. Será devastador. O Hospital Municipal está com 100% de leitos de UTI ocupados, mas não temos profissionais para trabalhar, por isso não temos como abrir novos leitos”, disse Brasileiro.

Governador não descarta medidas no Paraná

O governador Ratinho Junior não descarta novas medidas mais restritivas de combate à covid-19 no Paraná após os números da pandemia apresentarem alta em todo o Estado. A afirmação foi dada nessa quarta-feira (12): “Essa é uma preocupação que temos, grande. Por isso fica sempre nossa recomendação de que o cuidado é importante, o uso de máscaras, restrição em locais de aglomeração. O fato de estarmos vacinando não significa que podemos relaxar”, disse o governador.

Ratinho Junior também afirmou que a previsão é de que os professores comecem a ser vacinados contra a covid-19 em todos os municípios do Paraná. Segundo ele, as vacinas foram distribuídas às prefeituras, que devem estabelecer o cronograma. “Todo lote das novas vacinas que chegam para primeira dose já é separado um percentual dessa vacina para professores”, reforçou.

Mais 5.065 casos e 101 mortes

A Secretaria de Estado da Saúde divulgou nessa quarta-feira (12) mais 5.065 casos confirmados e 101 mortes pela covid-19 no Paraná. Os dados acumulados mostram que o Estado soma 991.895 casos confirmados e 23.930 óbitos.

Os casos confirmados divulgados nesta data são de janeiro (22), fevereiro (29), março (72), abril (316) e maio (4.560) de 2021, e o restante de 2020. Já as 101 mortes aconteceram todas neste ano.

Mais 244,8 mil doses de vacinas

O Paraná vai receber do Ministério da Saúde mais 244,8 mil doses de vacinas contra a covid-19. São 118 mil doses do imunizante Covishield, produzido pela AstraZeneca e Fiocruz, voltadas para completar o esquema vacinal (segunda dose) do público com idade entre 65 e 69 anos, e 126.800 doses da Coronavac, da parceria entre a Sinovac e o Instituto Butantan, que serão aplicadas em pessoas com comorbidades, com deficiência permanente, gestantes e puérperas.

Assim que os imunizantes chegarem ao Paraná, a Secretaria de Estado da Saúde fará a separação dos quantitativos que serão destinados às 22 Regionais de Saúde.

Essa será a 19ª remessa distribuída entre as 27 unidades da federação pelo ministério, que ainda não divulgou as datas em que os imunizantes chegarão aos estados. Desde o início da campanha de vacinação, em janeiro, já foram enviadas 82 milhões de vacinas a todo o País.