Cotidiano

Felinos são removidos do 'Templo dos Tigres', na Tailândia

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KANCHANABURI – O serviço de proteção à vida selvagem na Tailândia fez uma operação nesta semana no infame ‘Templo dos Tigres’, um templo budista onde mais de 130 tigres são mantidos no que grupos de defesas dos animais chamam de “um verdadeiro inferno”.

animais

O templo em Kanchanaburi, à oeste da capital Bangkok, é popular com turistas, que tiram selfies com os animais e alimentam os filhotes. Entretanto, o local é denunciado há anos por supostamente drogar os felinos e fazer reprodução em cativeiro, o que é ilegal. Os monges negam todas as acusações, e dizem que os tigres são calmos devido a adestramento.

Desde 2001 o local é investigado por casos de maus tratos e, mais recentemente, por tráfico de animais selvagens. O local e o governo discutem uma solução, mas apenas agora a Justiça permitiu que os animais fossem removidos.

“Dessa vez tínhamos um mandado da Justiça, ao contrário de antes, quando só podíamos pedir a cooperação do templo, o que não funcionava nunca”, disse Adisorn Nuchdamrong, vice diretor do Departamento de Parques Nacionais da Tailândia à agência de notícias Reuters.

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Segundo ele, a pressão internacional ajudou na operação ao forçar o governo a agir.

“A pressão internacional contra o tráfico de animais selvagens tem ajudado muito, é um dos motivos que está nos permitindo agir agora”, reconheceu o vice-diretor.

Sete tigres foram removidos na segunda-feira e outros 33 nesta terça-feira; 97 animais ainda estão no local. Adisorn afirma que o departamento planeja remover todos e enviá-los a santuários mantidos pelo governo. Também foram encontrados seis pássaros bico-de-serra na residência de um dos monges. A espécie é protegida, e não poderia estar no local.

A Tailândia é há décadas um reconhecido centro mundial para o tráfico ilegal de animais selvagens e produtos da natureza, como marfim. Pássaros exóticos, répteis e mamíferos exóticos, alguns de espécies ameaçadas, podem ser encontrados a venda em mercados públicos. Em 2015, o governo aprovou uma nova lei de proteção aos animais, mas ativistas acusam as autoridades de não a aplicarem.

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