Esportes

Federação de Natação bane da Olimpíada sete russos por doping

A Federação Internacional de Natação (Fina) anunciou que sete nadadores russos não poderão participar da Olimpíada do Rio por terem violado as regras antidoping. Quatro deles, por conta do histórico do uso de substâncias proibidas em outras edições olímpicas. Os outros três foram citados na investigação da comissão independente da Agência Mundial Antidoping (Wada), cujo relatório apontou indícios de participação ativa do governo russo no encobrimento de casos fraudulentos. Entre os punidos estão Vladimir Morozov, Yulia Efimova e Nikita Lobintsev, três medalhistas dos Jogos de Londres 2012.

Morozov, especialista em nado livre e nado costas, tricampeão do mundo em piscina curta, faturou o bronze no revezamento 4×100 na edição britânica ao lado de Lobintsev, que também conquistou a prata nos 4 x 200 de Pequim, nos Jogos de 2008. Efimova, tetracampeã mundial que promete recorrer da decisão, ficou em terceiro lugar nos 200 metros de nado peito em Londres.

Assim, a Fina se torna a primeira federação a excluir esportistas russos com base nos critérios fixados pelo Comitê Olimpíco Internacional. No domingo, o Comitê Olímpico Internacional decidiu não vetar todo o time russo dos Jogos do Rio, como pedia a Wada — deixou que cada federação autorizasse ou não a participação dos atletas. Mas estabeleceu uma regra: qualquer esportista russo já punido por doping deve ficar de fora da edição de 2016, sem a possibilidade de substituição de quem for barrado. A ideia é restringir a inclusão aos russos de limpa reputação.

Efimova, Michael Dovgaluk, Natalia Lovtcova e Anastasia Krapivina, nadadora de mar aberto, foram excluídos da lista de 387 membros do time nacional por conta do histórico de doping. Já Morozov, Lobintsev e Daria Ustinova ficarão de fora por estarem no relatório da Wada.

Mais cedo, o chefe do Comitê Olímpico da Rússia, Alexander Zhukov, afirmou que 13 membros da equipe nacional registravam envolvimento passado com a irregularidade. Segundo a agência R-sport, trata-se também dos ciclistas Ilnur Zakarin, Kirill Sveshnikov, Sergey Shilov e Olga Zabelinskaya; dos remadores Ivan Podshivalov e Anastasia Karabelschikova; das levantadoras de peso, Tatiana Kashirina e Anastasia Romanova; e do lutador Viktor Lebedev.

As federações do esporte podem ainda rejeitar os competidores russos que julguem não terem sido submetidos a suficientes exames de drogas. Resultados de testes realizados na Rússia não serão aceitos, dadas as denúncias de encobrir irregularidades. Ainda não se sabe se cabe recurso legal à nova regra do COI.

Uma medida similar do comitê, a Osaka Rule, que previa a proibição de atletas de todo o mundo já banidos por doping de participarem da Olimpíada subsequente, foi declarada inválida pela Corte de Arbitragem para o Esporte (CAS). Embora tenha descartado ação legal, Zhukov rebateu que a iniciativa feria o “princípio da igualdade” ao focar somente esportistas russos.