Cotidiano

Fãs ficam empolgados com o ronco do motor do Mustang GT

O ronco poderoso do motor V8 é uma das assinaturas do Mustang GT que empolga os fãs e faz o carro ser notado em qualquer lugar. O novo modelo 2018, recém-lançado no Brasil, leva esse sentido a um novo patamar com a válvula ativa de escapamento, tecnologia avançada que também se baseia em conhecimentos ancestrais.

A descarga de adrenalina provocada pelo som do escape do Mustang GT usa o mesmo princípio que nos faz pular ao ouvir um trovão. A chamada resposta autonômica remonta à pré-história, quando os humanos aprenderam a reagir rapidamente a sons altos e poderosos, como o rugido de um leão ou a queda de uma árvore. Com o tempo, essa resposta de luta ou fuga para evitar o perigo foi transmitida ao nosso DNA.

A conexão entre os sons e as nossas reações emocionais chamou a atenção de um crítico de música do século 18 chamado Friedrich Marpurg, um dos primeiros nos tempos modernos a documentar as respostas emocionais provocadas por diferentes sons. Os engenheiros de áudio hoje exploram os mesmos conceitos ao criar sons para tudo, desde filmes e música até carros, celulares e eletrodomésticos.

“Nossa conexão com o som começa no ventre da nossa mãe, muito antes de outros sentidos”, diz Steve Venezia, veterano engenheiro de produção de televisão em Los Angeles. “Mais tarde, o som continua a ser um dos sentidos mais poderosos para criar memórias duradouras, como uma música que lembra um momento feliz da nossa vida.”

Além dos aspectos básicos do som – volume, tom, estruturas harmônicas simples ou complexas –, o truque para criar experiências sonoras empolgantes, segundo Venezia, começa com um som de base autêntico, adicionando-se então camadas para intensificar suas particularidades.

Assim, aquele toque familiar do seu smartphone não é mero acaso: ele foi projetado cuidadosamente para ser agradável e alegre, conforme a teoria de Marpurg.

DNA sonoro

Na Ford, os projetistas de áudio buscam outro tipo de som para criar a sensação de potência e desempenho. “Diferentemente de outras áreas da engenharia, que trabalham com especificações baseadas em números, trabalhamos para identificar o DNA sonoro que conecta os motoristas à emoção que eles esperam de cada carro”, diz Hani Ayesh, engenheiro de desenvolvimento de escapamento da Ford.

O sistema de escapamento ativo do Mustang GT é controlado por computador e abre válvulas – como um saxofone ou órgão de tubos – para adequar o som do carro ao humor do motorista. Ele tem quatro níveis selecionados por uma tecla no console: Normal, Esportivo, Pista e Silencioso, este último conhecido também como modo “bom vizinho”.

O engenheiro explica as diferenças fazendo uma analogia simples com uma guitarra. “Toque um acorde no violão e você terá uma onda de som simples e limpa – é o estilo suave de Brahms. Ligue a guitarra a um amplificador e aumente o volume para 11 e terá o som agressivo e estridente que realmente agita sua alma. Nós chamamos isso de modo Pista”, diz. “Quando pego meus filhos na escola, eles querem ouvir o ronco do motor. Mas minha esposa e vizinhos, nem tanto, e posso usar o modo ‘bom vizinho’ para eles ficarem contentes também.”